Estas são palavras de António Marques Vidal, presidente da Apecate – Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos, na sessão de abertura de mais um Apecate Day, em formato 100% online. O responsável começou por desenhar um cenário negro ao afirmar que “os empresários já esgotaram todas as reservas, já batemos no fundo”. Garante que a associação tem “lutado e contribuído o máximo possível para salvar o setor” mas admite que “o que tem sido feito não tem chegado para conseguir preservar o melhor que este setor tem”.
Remetendo para o problema da burocracia, António Marques Vidal assegura que “é isto que dá cabo do nosso setor”, sendo que a primeira grande luta dever ser “trabalhar para um ordenamento sustentável” e “simplificar regras”. Diz mesmo que este deveria ser “um desígnio nacional e lutamos para que assim seja”.
O presidente da Apecate defende ainda que, neste momento, é necessário apostar na abertura e, nesse sentido, “ter leis claras que não ofereçam dúvidas”. Por isso mesmo adiantou que a associação propôs à secretaria de Estado do Turismo a criação de um Grupo de Trabalho para definir as regras de abertura. Mas lembra que não “podemos continuar a apostar em regras que proíbam”, mas sim na aprendizagem de comportamentos. “Um país que se quer moderno tem que apostar nos comportamentos”, frisa.
Conclui pois apontando três prioridades fundamentais: a criação de regras em parceria com as empresas do setor; o fim da burocracia com regras claras e aplicadas automaticamente e, claro, “ganhar a guerra do turismo”.
Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), também participou na sessão de abertura do Apecate Day e reconheceu que “a resiliência dos empresários foi notável”, e que se traduziu em muito poucos encerramentos ou despedimentos coletivos, bem como num aumento do desemprego que foi quatro vezes inferior ao da anterior crise. A verdade é que, no início desta crise pandémica, as empresas estavam capitalizadas, mas o dirigente confirma: “as reservas já se esgotaram”.
O presidente da CTP garantiu que, no início, “o Governo esteve bem” mas concebeu uma pandemia que duraria muito menos do que o que se veio a verificar. Sendo por isso “fundamental adaptarmo-nos à nova longevidade da pandemia”. Francisco Calheiros lembrou também que Portugal foi o terceiro país que menos investiu ao longo desta pandemia e lançou um alerta: “ou o Governo mantém as empresas vivas” ou o que se prevê são “centenas de milhares de desempregados”. Pelo que, defende: “O Governo que assuma as suas responsabilidades”.
O responsável esclareceu ainda que “a máquina do Estado tem de ser mais rápida”.