Apecate: “É urgente reformar, simplificar e virar para o futuro”

António Marques Vidal, presidente da direção da Apecate – Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos, abriu hoje, em Peniche, o IX Congresso da Apecate, que se realiza até amanhã, no Hotel MH Atlântico. O dirigente associativo frisou que “é urgente reformar, simplificar e virar para o futuro”, numa clara alusão ao tema deste congresso – “Ganhar o Futuro”. E lembrou que, além de ser um evento que tem como objetivo partilhar conhecimento e ideias para ganhar o futuro e validar regras que possam ajudar o setor a voltar a trabalhar, trata-se igualmente de um “evento corporativo teste”, já que acontece de forma presencial, embora seja também transmitido por via online.

Para António Marques Vidal, “estamos numa guerra, e o objetivo é ganhar”. Além de “quereremos ultrapassar esta crise de saúde”, explica, “queremos ultrapassar a crise social e económica que se instalou no país”. O responsável acredita que, num primeiro momento, o país uniu-se para enfrentar a crise, mas quando as coisas começaram a melhorar e a pressão aliviou, tudo voltou ao mesmo. “Entrámos num momento de inconsistência e incoerência”, critica, justificando que não há nada pior “para um setor extremamente organizado, que planeia, organiza e cria conteúdos”. E esta é hoje a principal preocupação da Apecate. “Não podemos continuar a viver com regras pouco claras, que são ditas tendo por base um acontecimento e que depois não se mede a validade do seu impacto”, acusa o dirigente. E dá o exemplo do anúncio recente de exigir testes à Covid-19 para todo o tipo de eventos. “Entre o anúncio e a clarificação decorreram cinco dias e a quantidade de eventos cancelados foi enorme”, admite. Por isso, frisa, “não podemos continuar a comunicar de forma descuidada, não ter atenção ao detalhe, não perceber os impactos”. E vai mais longe: “Temos perante a mesma regra, interpretações diferentes, situações de injustiça e o alimentar do pânico, e não há nada pior para a retoma económica. A crise já é suficientemente gravosa, não precisa de ajudas”.

António Marques Vidal atenta que, neste momento, “procuramos iniciar um novo ciclo, virar para o futuro”. Mas não deixa de afirmar que considera “inconcebível” que o setor da animação turística, tal como o das agências de viagens, tenha ficado de fora do programa IVAucher, esclarecendo ser uma “discriminação”. “Estamos todos juntos, as medidas têm que ser transversais”, aponta. Além disso, não compreende por que razão este setor continua a ser penalizado com o IVA a 23% – “mais uma vez estamos a ser colocados de lado”.

“Queremos ser um setor virado para o futuro, que seja líder mundial, como já fomos e precisamos de apoio para a reconstrução, porque temos que investir outra vez em recursos humanos”, explica o presidente da Apecate. E adianta que o que se pretende com este IX Congresso é “partilhar ideias, soluções, projetos que nos façam dar a volta”. Marques Vidal não hesita em defender que “precisamos de regras claras, partilhadas com o setor associativo antes de serem postas cá fora, e que possamos todos trabalhar para o mesmo: reconstruir este setor”.

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