APHORT: “Não estamos no tempo de uma estratégia mas no tempo de gestão”

Conhecer a realidade do turismo através das principais associações deste setor é o que tem levado a Ambitur.pt a falar com os responsáveis destas entidades. Rodrigo Pinto Barros, presidente da APHORT – Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo, admite que as empresas suas associadas se encontram numa situação financeira muito débil mas que assumem uma “atitude de resistência e de luta pela sobrevivência”.

Por esta razão, o dirigente associativo espera que “as decisões políticas do Governo se concretizem em apoios reais às empresas, em tempo útil”. Na verdade, Rodrigo Pinto Barros acusa: “o Turismo não existe no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência”. Ou seja, explica, este plano ignora a importância desta indústria e as suas virtualidades no desenvolvimento económico e social em Portugal. Embora reconheça que da parte do ministro da Economia e da secretária de Estado do Turismo houve uma atenção aos problemas que a Confederação do Turismo e as várias associações lhes apresentaram, procurando encontrar as soluções possíveis no atual quadro, o responsável lembra que “eles são apenas uma parte do Governo” e que “não nos parece que a mesma atenção ao setor estivesse presente nas agendas de outros membros do Governo”.

O presidente da APHORT atenta que, neste momento, “não estamos no tempo de uma estratégia mas no tempo de gestão, sempre num horizonte de curto prazo”. E vai mais longe: “quando arde a floresta, a prioridade é apagar o fogo; por agora, a prioridade é salvar as empresas, depois veremos qual a estratégia”. Rodrigo Pinto Barros acredita que, tendo em conta as previsões globais, a nível internacional, e numa “conjugação ótima de condições”, só em 2025 serão atingidos os números de 2019.