Os projetos de enoturismo apoiados pelo Ministério da Economia já contabilizam cerca de 90 milhões de euros nos últimos quatro anos, dos quais 40 milhões de euros de incentivo financeiro público, a 60 projetos, e os apoios são para continuar. A garantia foi dada pelo ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, esta quinta-feira, 18, numa iniciativa da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, “A Prova dos Novos – UTAD Alumni Wine Collection 2021”, em Vila Real.
Siza Vieira afirmou que estão previstas mais verbas de apoio ao Enoturismo no âmbito do Plano Reativar Turismo, para acompanhar o objetivo de aumentar não apenas o número de turistas, mas também “o valor que os turistas gastam em Portugal” e, para isso, o enoturismo “é muito importante”. O governante explicava que os turistas que viajam com esta motivação como principal ou secundária, e em 2019 foram 2,5 milhões os turistas que visitaram Portugal por esse motivo, “têm estadas mais longas nos destinos turísticos e uma despesa maior”.
O responsável salientou que o vinho tem sido um “produto de exportação muito significativo”, tendo-se registado, em 2020, 850 milhões de euros de exportações de vinho, “uma coisa extraordinária”, que resulta de “um percurso de conquista e de reconhecimento” dos vinhos portugueses além-fronteiras. Para além do reconhecimento internacional dos vinhos portugueses, Siza Vieira destacou que se tem verificado “uma enorme correlação entre os países para onde exportamos vinho e os países para onde mais cresce o nosso turismo em valor”. “A maneira de como tem sido possível instalar na cabeça de cada vez mais consumidores de que em Portugal se faz vinho único e de grande qualidade, tem ajudado a consolidar a vontade de visitar o nosso país, a vontade de comprar outras coisas que o nosso país faz e a vontade de investir no nosso país”, sublinhou, realçando a “ligação muito estreita” entre o vinho e a economia.
Questionado acerca das verbas que o Governo iria disponibilizar para potenciar projetos de Enoturismo, o ministro da Economia afirmou apenas que “uma parte do nosso projeto passa por continuar a reforçar a aposta no enoturismo, quer na promoção externa, quer na formação de recursos, quer na qualificação das nossas infraestruturas turísticas”.
Siza Vieira não quis deixar de enaltecer o contributo que a academia, neste caso a UTAD, tem tido para a qualificação e valorização do vinho e, consequentemente, do enoturismo no país, sobretudo com a formação de profissionais qualificados para o setor, com a “capacidade de trazer conhecimento para a produção”. Para tal, deu como exemplo o papel que os enólogos têm neste processo, os quais têm “dado um contributo muito grande para a melhoria dos vinhos portugueses, para a projeção internacional do nosso vinho e do nosso país, e também são responsáveis pelo crescimento das exportações do vinho”.