ARAC solicita audição urgente sobre proposta de revisão do regime do rent-a-car na Madeira

A ARAC – Associação Nacional dos Locadores de Veículos requereu à Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira a audição urgente no âmbito da proposta de revisão do Decreto Regional n.º 13/2013/M, de 28 de março, diploma que regula a atividade de aluguer de veículos de passageiros sem condutor (rent-a-car) na Região.

Em nota divulgada à imprensa, a associação refere que a proposta em discussão contém “medidas de natureza restritiva e economicamente penalizadoras, sem precedentes em qualquer outro Estado-Membro da União Europeia, e sem adequada fundamentação técnica, jurídica ou económica”. A ARAC considera que, tal como apresentada, esta revisão legislativa poderá comprometer a viabilidade de muitas empresas regionais, com reflexos negativos na competitividade turística da Madeira e no emprego local.

Principais preocupações do setor

  • A obrigatoriedade de parques privativos dimensionados em função de percentagens fixas da frota, configurando uma exigência desproporcionada e economicamente inviável; • A imposição de quotas mínimas de veículos elétricos, sem suporte técnico ou infraestrutural adequado, o que torna a medida inexequível no contexto atual da Região;
  • A afixação obrigatória de dísticos identificativos nos veículos, colocando em causa princípios de privacidade e neutralidade comercial, sendo preferível a adoção de soluções eletrónicas de registo;
  • A criação de uma “taxa” setorial, de natureza juridicamente questionável, sem enquadramento legal claro e com potenciais efeitos negativos sobre a competitividade do setor.

Falta de diálogo e necessidade de reavaliação

A ARAC lamenta ainda que não tenha sido promovida qualquer auscultação prévia das entidades representativas do setor, em desconformidade com os princípios de participação e transparência administrativa previstos na Constituição e no Código do Procedimento Administrativo.

“A ARAC sempre defendeu uma regulação moderna e sustentável, mas considera essencial que as soluções legislativas sejam tecnicamente fundamentadas, equilibradas e resultem de um diálogo construtivo sublinha a direção da associação.

A ARAC propõe:

  1. A suspensão temporária da tramitação legislativa da proposta até à realização de estudos técnicos e jurídicos aprofundados;
  2. A audição urgente da Associação antes da votação em plenário, podendo esta realizarse por videoconferência;
  3. A constituição de um grupo de trabalho técnico que envolva o Governo Regional, o IMTMadeira e as entidades representativas do setor, com vista à elaboração de um texto equilibrado e exequível.