Conhecer a Argentina, ou pelo menos uma parte deste que é o segundo maior país da América do Sul, foi a proposta irrecusável da Lusanova, em parceria com a Air Europa, entre 12 e 20 de maio. A Ambitur rumou a este destino com um grupo de agentes de viagens partilhando do mesmo objetivo comum: explorar o país pela primeira vez e aproveitar ao máximo a imensidão de possibilidades que ele nos traz.
O segundo dia em Salta faz-nos despertar bem cedo e tomar a Rota 68 em direção a Cafayate, um percurso de quase 200 km que acaba por levar mais de três horas de carro. Aliás, prepare-se, pois as extensões que é preciso percorrer nesta região da Argentina requerem muita paciência e tempo da sua vida.
Pelo caminho somos deslumbrados com a magia da Quebrada de las Conchas que, diz-nos o nosso guia, é uma das paisagens mais belas do norte do país, numa Reserva Natural que se prolonga por 25 mil hectares, ao longo de 70 Km, e tem 120 milhões de anos. Esta é uma boa opção para se iniciarem as viagens pelo norte, garante Diego.
As tonalidades de vermelho e laranja dominam o horizonte, onde não faltam formações naturais esculpidas pelo vento ou pela água, como é o caso do sapo, os castelos, as janelas, o Titanic ou o obelisco. Basta estar atento durante a viagem que poderá vislumbrar algumas destas imagens.
Aqui a altitude máxima é 1800 metros e encontramos nesta ravina uma parte do Caminho dos Incas. A primeira paragem é na Garganta do Diabo, nome sugestivo que surge porque duas paredes rochosas de cor alaranjada e uma forma cilíndrica, com cerca de 50 metros de altura, dão origem a um caminho estreito que se assemelha a uma boca aberta que nasce do chão em direção ao céu. Com cerca de 15 milhões de anos, é um ponto de paragem obrigatório e, na verdade, foi em tempos uma cascata, sendo que o seu aspeto atual resulta da erosão da água.
Daqui passamos para a paragem obrigatória seguinte, o Anfiteatro, que tal como a Garganta do Diabo, nasce das gigantescas cascatas que caíram sobre as camadas sedimentares provocando a sua erosão. Trata-se de um desfiladeiro semicircular com cerca de 70 metros de profundidade que ganhou a imagem de um antigo anfiteatro romano, daí o nome pelo qual é conhecido.
Por fim, não há como não parar no Mirador Tres Cruces, um lugar mágico que dá uma panorâmica sobre a Quebrada de las Conchas, mostrando o contraste entre o avermelhado das rochas e o verde da vegetação que rodeia o rio que atravessa a zona. O nome resulta das três grandes cruzes d emadeira que se erguem no topo da montanha e que marcam o ponto mais elevado deste miradouro. Mas há uma história também ligada a estas cruzes e, diz quem sabe, no passado três sacerdotes foram ali assassinados ao tentarem esconder um tesouro que ainda hoje permanece oculto. Acredite-se ou não nesta lenda, vale a pena deixar-se envolver pelo ambiente misterioso que envolve esta região e apreciar a beleza natural que nos rodeia.
Perto de Cafayate existe um pequeno povoado conhecido por “Alemania”, assim conhecido porque no início do século XX ali marcaram presença trabalhadores alemães que participaram na construção dos caminhos-de-ferro da região. Hoje, as linhas férreas estão abandonadas e não são uma opção para os viajantes deste país. Nos anos 90, era um povoado fantasma mas hoje é habitado por algumas comunidades de “hippies” que vivem do artesanato que produzem e podem vender aos muitos turistas que por ali passa.
Cafayate não tem mais de 16 mil habitantes e é caracterizada pelo nosso guia como “a terra do sol e do bom vinho”. Situada no coração dos Vales Calchaquí, aqui se encontra a rota de vinhos mais alta do mundo, e uma enorme concentração de adegas. A amplitude termal da região e a composição do solo originam vinhos com uma elevada concentração de aromas, sabores e cores. O Torrontés destaca-se pelo seu sabor frutado e pelo seu aroma intenso e é uma das estrelas da região. Não deixe de experimentar.
Por Inês Gromicho, a convite da Lusanova e Air Europa
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