Conhecer a Argentina, ou pelo menos uma parte deste que é o segundo maior país da América do Sul, foi a proposta irrecusável da Lusanova, em parceria com a Air Europa, entre 12 e 20 de maio. A Ambitur rumou a este destino com um grupo de agentes de viagens partilhando do mesmo objetivo comum: explorar o país pela primeira vez e aproveitar ao máximo a imensidão de possibilidades que ele nos traz.
Mais um dia na Argentina, mais um destino. Desta vez, seguimos através da Estrada Nacional 9, que faz parte da bem conhecida Panamericana, até Jujuy, a província mais a norte do país.
Pelo caminho, somos acompanhados pela Floresta das Yungas, um ecossistema único que também é conhecido como selva de montanha e que se estende da Venezuela à Argentina. Diz-nos Diego que este é considerado o local mais rico em flora e fauna da América do Sul. A Yunga localiza-se num local de transição, entre a parte baixa e a alta desta região, e concentra mais de 30 mil espécies vegetais e 60% dos mamíferos da América Latina. Na realidade, existem quatro níveis de Yungas. O primeiro é a selva Pedemontana, localizada entre 400 e 700 metros acima do nível do mar, com um clima tropical com estações secas e chuvosas, e árvores pequenas.
Segue-se a Selva Montana, entre 700 e 1500 metros acima do nível do mar, com um clima mais fresco e húmido, e árvores muito altas. No terceiro nível está o Bosque Montano, entre 1500 e 3000 metros acima do nível do mar, também conhecido como o plano ecológico das “Florestas de Nuvens”, e onde existem muitos pinheiros. Por fim temos o Pastizales de Altura, entre 1500 e 3500 metros acima do nível do mar, com as chuvas a concentrarem-se no verão, uma vegetação onde as planícies são dominantes e os catos são abundantes. E é possível ir distinguindo estes níveis à medida que os quilómetros se vão fazendo.
Jujuy é também terra do carnaval, uma festividade que decorre entre 10 e 17 de fevereiro, em cidades como Huamuaca ou Tilcara. A festa começa com a escavação do diabo, que simboliza o sol, e termina com o seu enterro. Durante uam semana, as ruas das aldeias enchem-se de música alegria, manjericão e chapéus em forma de cogumelo, numahomenagem a Pachamama (Mãe Terra). Diz quem já conhece que é um momento imperdível.
Em Jujuy não há como não visitar Humauaca e a sua Quebrada que, em 2003, foi considerada Património Cultural da Humanidade pela UNESCO. Trata-se de um vale andino com 155 km de extensão, rodeado por altas cadeias montanhosas, localizado a mais de dois mil metros de altura. Esta quebrada serviu de rota aos Incas e os seus povoados contam histórias e tradições ancestrais, mantendo ainda hoje crenças religiosas, ritos, festas, arte, música e técnicas agrícolas que são um património vivo. Os seus habitantes atuais são da cultura coya, mas por ali passaram várias culturas ao longo dos séculos, entre eles os omaguacas, que deram o nome ao local. Humahuaca pode traduzir-se por “Rio Sagrado”.
É aqui que encontramos ainda Purmamarca, uma aldeia encantadora que ficou famosa pela Montanha das Sete Cores, desde o terracota ao vermelho, passando pelo amarelo, verde ou rosa, cores que se originam a partir de sedimentos marinhos, lacustres e fluviais que foram ali sendo depositados ao longo de milhões de anos. Nesta vila pode aproveitar para visitar a praça principal onde vários artesãos expõem os seus artigos.
Outro ponto de paragem obrigatório é Pucará de Tilcara, estrategicamente localizado num monte com vistas sobre a Quebrada da Humauaca. É um importante local arqueológico, que foi base para a população inca. As ruínas foram descobertas no início do século XX e, em 2000, o sítio foi declarado Monumento Histórico Nacional, sendo que, neste momento, pensa-se que só estará somente 3% reconstruído. Em 1935, numa homenagem aos primeiros arqueólogos, foi construída uma plataforma com uma pirâmide, destruindo parte de estruturas arqueológicas, o que causou, e ainda causa, alguma polémica.
Em San Salvador de Jujuy, cidade fundada pelos espanhóis há mais de 400 anos, é possível passear pela praça General Belgrano e pelo centro histórico, conhecer a Casa de Governo e o Cabildo, a Catedral e a Igreja de San Francisco, a Capela de Santa Bárbara e o Museu Arqueológico Estadual Lavalle.
Por Inês Gromicho, a convite da Lusanova e da Air Europa
Leia também…