Ambitur.pt está a auscultar as várias associações do país no sentido de que partilhem com os nossos leitores a sua visão, mais de 15 dias depois da declaração do Estado de Emergência.
Adília Lisboa, presidente da Direção da ARHCESMO – Associação Regional dos Hoteleiros de Cascais e Estoril, Sintra, Mafra e Oeiras, responde às nossas questões.
Como caracteriza a ARHCESMO, depois de 15 dias da ativação do Estado de Emergência, o estado das empresas vossas associadas?
Desde 13 de março, data em que a OMS classificou o CODIV-19 como pandemia, que as unidades hoteleiras na Região (Cascais, Estoril, Sintra, Mafra e Oeiras) começaram a receber cancelamentos, inicialmente de grupos , para abril e maio e, à medida que as notícias alertavam para o rápido contágio e que os Governos dos países emissores decretavam diversas medidas de contenção, intensificaram-se igualmente os cancelamentos dos clientes individuais, para os mesmos meses e seguintes. Os clientes dos hotéis que ainda se mantinham hospedados, acabaram por regressar aos países de origem, e progressivamente, as diversas unidades de alojamento turístico acabaram por encerrar.
Existe alguma previsão de curto prazo relativamente ao futuro da atividade das mesmas?
É ainda cedo para uma previsão de reabertura, uma vez que tudo vai depender não só da evolução no nosso país como da evolução do vírus nos países de origem dos nossos visitantes, que constituem os nossos principais mercados, bem como da reativação dos voos das companhias aéreas dos e para os diversos destinos. Contudo, temos notícias que Bruxelas pretende restringir ainda as viagens até 15 de maio.
O que preocupa mais a associação neste atual momento de gestão de crise?
Para além da preocupação natural e imperiosa com a saúde pública, a associação vê com grande preocupação a aproximação, a passos largos, de uma recessão mundial, com as inevitáveis consequências de devastação económica, num setor como aquele que representamos, e que é o Turismo e que tanto tem contribuído, nos últimos anos, para a recuperação económica do nosso país.
Têm sido auscultados pelo Governo e participado no desenhar de soluções já aplicadas?
Não, diretamente, mas temos vindo a acompanhar de muito de perto, a evolução das medidas implementadas pelo Governo através da Confederação de Turismo de Portugal, cujos órgãos sociais a ARHCESMO integra, bem como mantendo contatos permanentes com as nossas congéneres AHP e AHRESP.
As atuais soluções precisarão de ser reforçadas, e em que altura?
O impacto global na economia portuguesa estará, é claro, dependente da rapidez com que se resolva o problema de saúde pública e se regresse à normalidade, mas naturalmente que as medidas adotadas que têm vindo a ser muito bem recebidas, são reconhecidamente insuficientes para a resolução da insuficiência de receitas de que padece a enorme maioria das nossas empresas, sejam elas do alojamento turístico, da restauração, da animação, ou de qualquer outro subsetor ligado ao Turismo, ou ainda de comércio e serviços.
Há números de que se possam falar ao nível do emprego destruído até agora, e naquele que poderá ser o curto prazo?
Não possuímos dados fidedignos a esse respeito.