O território, a gastronomia e as pessoas são prioridades do novo mandato da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) para o triénio 2018-2020. A viragem política, carimbada por três eixos estratégicos principais, foi anunciada pelo vice-presidente da associação, Carlos Moura, na cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais da AHRESP, que teve lugar na passada sexta-feira, em Lisboa.
No que diz respeito ao território, o responsável nota que há que ajustar o apoio às exigências de cada território. Entre as novidades, prevê-se que a AHRESP venha a estar representada em cada distrito, além das 13 delegações e balcões únicos empresariais já existentes.
A associação coloca também a gastronomia no centro da sua atuação. Exemplo desse trabalho é a implementação do programa “Taste Portugal”, que tem vindo a criar uma Rede de Restaurantes Portugueses no Mundo, de promoção da gastronomia portuguesa e dos seus produtos. Outro dos exemplos é o Programa Seleção Gastronomia e Vinhos, implementado em território nacional.
Quanto ao terceiro eixo, Carlos Moura defende que “o investimento nas pessoas é o fator determinante para os objetivos de qualquer organização”. É nas pessoas que reside a principal fonte de diferenciação entre as empresas e que, não raras vezes, determina o seu sucesso ou insucesso”, reconhece.
“Estaremos empenhadíssimos em desenvolver medidas, a diversos níveis, que promovam as competências, a formação, a qualificação e a dignificação destas profissões, para que a atratividade para elas seja uma realidade e estas sejam desejadas por todos aqueles que querem abraçar uma atividade profissional”, salienta. Nesse sentido, a AHRESP irá levar a cabo um plano de ação de âmbito nacional para a promoção do emprego no setor do alojamento e da restauração e bebidas, bem como para o aumento das competências de todas as suas profissões.
“Provaram que é possível vencer e dar a volta às crises mais difíceis”
Em representação de Mário Pereira Gonçalves, reeleito presidente da Direção da AHRESP, o vice-presidente da associação aproveitou para avançar que o Canal Horeca representa, no total da atividade turística, 71,6% do total das empresas, 78,3 % do pessoal ao serviço e 55,9% do volume de negócios. Só em 2017, registou mais de 323 mil postos de trabalho, um aumento de quase 16% face ao ano anterior.
Certo é que, “todo este crescimento tem de ser pautado pela sustentabilidade, sem o que se perderá muito do que hoje já alcançámos”, alerta. Desde logo, as questões relacionadas com as relações laborais, em concreto com a legislação laboral, levantam grandes preocupações. Neste aspeto, o vice-presidente da associação garante que de tudo farão “para garantir que não constitua um entrave ao progresso das nossas atividades económicas”, prosseguindo uma política de contratação coletiva.
Também ao nível da fiscalidade, fez questão de frisar que estarão “especialmente atentos à política fiscal”, exigindo o “cumprimento das obrigações fiscais, combatendo a economia paralela e a concorrência desleal”. “À semelhança de outras experiências que levámos a cabo no passado, iremos manter o nosso investimento na vertente da autorregulação por parte das nossas atividades, nomeadamente em termos de IVA e Pagamento Especial por Conta”, disse.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deu o seu contributo para a cerimónia através de uma palavra de confiança aos empresários e a todos quantos trabalham na restauração, hotelaria e turismo, mostrando-se grato pelo “valioso contributo para a melhoria da reputação e da imagem externa de Portugal”. “Provaram que é possível vencer e dar a volta às crises mais difíceis, com uma notável resiliência, sabendo adaptar-se à mudança, a uma conjuntura de melhoria do consumo interno e ao afluxo de turistas estrangeiros”, escreveu numa carta enviada à AHRESP.
Já o primeiro-ministro, António Costa, expressou em vídeo o seu agradecimento, enaltecendo a atuação dos empresários pelo “que têm feito pelo nosso país e pela forma como, com muita coragem, resistiram aos anos difíceis da crise”. E foi mais longe: “Souberam contribuir para o relançamento da nossa economia, dando um contributo fundamental para a animação das nossas cidades e para o crescimento do nosso turismo”.
A cerimónia de tomada de posse contou com as presenças do ministro adjunto, Pedro Siza Vieira, do secretário de Estado Adjunto da Economia e do Comércio, Paulo Pereira, e da secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.
Órgãos sociais eleitos:
Assembleia-geral: Rui Mota – ENATUR – Empresa Nacional de turismo, S.A.
Direção: Mário Pereira Gonçalves – VERSAILLES, Lda.
Conselho Fiscal: Mauro Sérgio da Silva – SPIR Unipessoal, Lda.
Grupo de Setor dos Restaurantes: Antero Jacinto – TEOTÓNIO LAZARO MIRANDA & FILHOS, LDA
Grupo de Setor do Campismo e Hotelaria de Ar Livre: Beatriz Santos – ORBITUR, Intercâmbio de Turismo, SA
Grupo de Setor dos Empreendimentos Turísticos e Alojamento Local: Fernando Faneco, FERNANDO JOSÉ SOARES FANECO
Grupo de Setor das Pastelarias: Vitor Sá Marques – MARQUES GONÇALVES E PESTANA, Lda.
Grupo de Setor dos Casinos, Bares e Discotecas: Eugénio Ribeiro – KAPAINVESTE, HOTELARIA E SIMILARES, SA
Grupo de Setor da Restauração Coletiva: Fátima Portulez – GERTAL, SA
Grupo de Setor da Restauração de Serviço Rápido: Sofia Mendoça – SISTEMAS MACDONALD´S PORTUGAL, SA
Grupo de Setor da Indústria e Comércio Alimentar: Alexandre Bastos – SOGENAVE, SA