As reações do setor turístico à reprivatização da TAP
Foi na passada quinta-feira, 10 de julho, que Luís Montenegro anunciou a reprivatização da TAP, com a venda de 49,9% do capital social da companhia aérea. Logo começaram as reações.
A Confederação do Turismo de Portugal (CTP), apesar de defender uma privatização a 100%, defende que “é positiva a abertura desta primeira fase do processo de reprivatização da companhia aérea portuguesa. A TAP é importante para o país e para o Turismo e não pode continuar sozinha e isolada no mercado. Pelo contrário, a TAP, inserida numa das grandes plataformas internacionais de aviação, pode vir a ter menos custos e praticar tarifas mais concorrenciais para captar mais e melhor turismo”.
Francisco Calheiros, presidente da CTP, não deixa de frisar que “há exigências básicas de que o país e o turismo não podem prescindir”, como a garantia, desde logo em contrato, do hub de Lisboa e das ligações aéreas especiais às ilhas e aos PALOP.
Do lado as agências de viagens, a ANAV pronunciou-se favorável à decisão do executivo português, mas pede “respeito por todos os stakeholders, sobretudo as agências de viagens, que geram cerca de 40% das reservas, apelando a que sejam ouvidos e protegidos durante o processo”.
Num passado recente, a associação já se havia mostrado favorável à privatização da TAP e nesta fase, mantendo a coerência de posições anteriores, reforça agora o apoio a esta decisão.
Contudo, a associação identifica o cumprimento de premissas-base e, para o efeito, defende a inclusão de cláusulas contratuais obrigatórias que vão ao encontro de pontos como a garantia da manutenção do hub em Lisboa, a inclusão formal dos agentes de viagens no processo decisório e monitorização próxima do processo.
Miguel Quintas, Presidente da ANAV, ressalva a importância de se respeitar os que ajudam a fazer da TAP um dos maiores ativos do país: “é impossível levar a bom porto um processo de privatização da TAP sem ter em consideração, sem ouvir, todos os restantes protagonistas que, juntamente com a companhia aérea, fazem do Turísmo português uma referência mundial. Neste sentido, mantendo a linha de coerência habitual, somos a favor da privatização, mas apelamos ao bom-senso dos decisores para que tenham em conta todos os que fazem parte do ecossistema”.