A Associação Portuguesa de Resorts declara em comunicado que, face aos efeitos da pandemia provocada pela Covid-19, o setor do Turismo Residencial enfrenta um desafio sério.
O inquérito realizado pela entidade que se dedica ao desenvolvimento e defesa dos interesses do Turismo Residencial em Portugal junto dos associados prevê “quebras de receitas em média superiores a 50% no total do ano 2020, relativamente ao ano anterior”. Estas estimativas são válidas a 24 de março e pressupõem que o “pico do surto será atingido em meados de abril”, sendo que a situação estará “controlada no início de junho”, e, nessa altura, as “restrições ao tráfego aéreo irão terminar no espaço europeu, norte-americano e asiático”. No entanto, face à dependência dos mercado emissores, a Associação teme que o “regresso a algum tipo de normalidade seja bastante mais demorado e que a realidade seja ainda pior que estas projeções”.
Nos empreendimentos dos associados, a maior prioridade e o maior esforço são a “manutenção dos postos de trabalho, das estruturas, dos potenciais clientes e dos parceiros de negócio” para que uma “resposta imediata possa ser dada a qualquer indício de recuperação”, refere a entidade.
Face às medidas de proteção do emprego e de apoio às empresas anunciadas pelo Governo, esta Associação considera-as insuficientes e carecem em alguns casos de regulação e detalhes específicos. “Devemos examinar a realidade dia a dia, não em meses ou trimestres: as receitas podem cair a 100% de um dia para o outro”, alerta a entidade, considerando que, “quem não viesse a ter trabalho deveria receber imediatamente o subsídio de desemprego até que as respetivas empresas estejam em condições de readmitir essas mesmas pessoas”.
Também as linhas de financiamento especiais são insuficientes: “Aumentar o endividamento de empresas que estão sem receitas, e sem saber quando as terão, pode ter efeitos devastadores e tornar impossível a sua recuperação”. Para a Associação, o Estado deve “intervir com rapidez e músculo na injeção direta de dinheiro na economia e neste setor em particular”, até porque o atual panorama exige a “isenção de alguns impostos durante um certo período de tempo, designadamente dos impostos de património e de transmissões imobiliárias”, exemplifica.
Neste momento de ameaça aos empregos, às empresas e à economia nacional, a Associação Portuguesa de Resorts entende ainda ser importante a “continuação da proteção” dos instrumentos de competitividade nacional na captação e fixação de investimento estrangeiro, como são os vistos Gold e o regime dos residentes não-habituais.