A B. Prime acaba de divulgar uma nova edição do seu estudo de mercado: o Prime Watch, que normalmente seria lançado em março, no MIPIM. Este ano a sua publicação foi adiada, para que pudesse ser atualizada, tendo em conta o impacto que a pandemia está a ter no mercado imobiliário, informa em comunicado a consultora.
Apesar da chegada da pandemia ao continente europeu, o “primeiro trimestre de 2020 bateu todos os recordes de investimento totalizando 1.45 mil milhões de euros” e ficou marcado pela “venda de 50% da posição da Sonae, nalguns dos seus centros comerciais, impulsionando o setor do retalho para uma quota de mercado de 60%”. Segundo o Prime Watch, o setor da hotelaria e dos escritórios somaram respetivamente 300 milhões de euros (21%) e 220 milhões (15%), em investimento imobiliário. O estudo prevê que vários investidores, com um perfil mais especulativo, venham a posicionar-se para adquirir imóveis ou carteiras inteiras no que diz respeito ao setor mais afetado pela pandemia (a hotelaria).
Quanto à performance dos vários segmentos no mercado imobiliário comercial, o efeito da pandemia foi mais adverso no retalho, fruto do confinamento e do encerramento dos estabelecimentos comerciais, que se traduziram numa queda abrupta do consumo. O setor logístico está em sentido contrário, ou seja, a pandemia foi-lhe “favorável devido a um incremento vertiginoso do e-commerce, que expôs a importância da logística ao garantir o fluxo entre o setor produtivo e o consumidor final”, inidca o estudo.
Segundo Jorge Bota, Managing Partner da B. Prime: “Num ano atípico mantivemos a análise, pela qual o Prime Watch é reconhecido, mas decidimos adicionar alguns dados e comentários sobre o impacto desta conjuntura anormal, nestes primeiros meses de 2020. Embora o primeiro trimestre tenha sido um dos melhores de sempre no mercado português, a partir de abril, tudo se alterou e apesar de estarmos a assistir a sinais interessantes de retoma de atividade, essa tem vindo a ser assimétrica nos vários setores, com maior dinamismo nos escritórios e logística e ainda a aguardar por melhores tempos, no retalho e no turismo.”