A ANAV (Associação Nacional de Agências de Viagens), a partir de 2024, passa a apresentar, duas vezes por ano, o seu Barómetro de Viagens, no âmbito do Observatório ANAV. Numa análise geral, incluindo também agências fora da associação e dos arquipélagos, este primeiro barómetro focou-se em seis perguntas sobre o mercado português para as férias de verão.
Em relação aos destinos mais procurados, Cabo Verde leva o primeiro lugar, devido à proximidade, à qualidade hoteleira, à ligação cultural e também ao aumento da operação para este país. Segue-se Espanha nas preferências dos portugueses, igualmente pela proximidade, mas também por ser um produto normalmente mais económico. O pódio fica completo pela República Dominicana, essencialmente pelo crescimento da oferta para este destino e pela qualidade-preço.
A ANAV dá nota do mercado interno (Portugal) ficar fora deste pódio, justificando com a subida do preço médio durante os últimos anos e por os portugueses escolherem outros canais, que não as agências de viagens, para reservar as suas férias dentro do país.
A maioria das agências de viagens questionadas (72,4%) apontam que os seus clientes gastam em média por viagem e por pessoa entre os 1.000 e os 1.500 euros no verão, verificando-se que o poder de compra dos portugueses mantém-se nestes valores (baixos) de referência.
Mas face a 2023, 55,9% das agências afirmam que os clientes gastaram mais nas férias de verão e 30,5% diz que gastaram valores idênticos. Apenas 13,6% apontam para um decréscimo dos gastos dos seus clientes.
Sobre a duração das viagens, 93,2% das agências confirmam que na época alta os seus clientes optam normalmente por férias de 7 dias/1 semana, sendo que o clima, a segurança e a cultura são os fatores mais valorizados na hora de escolher o destino.
Na eleição do programa de férias, as agências apontam que os seus clientes dão prioridade à qualidade-preço e à confiança no operador turístico/agência de viagem. Em terceiro lugar, o fator determinante é o menor tempo dispendido nas viagens (ida e volta).
“Quando um cliente procura um conhecimento profissional para escolher o seu destino, quem está mais capacitado para aconselhar são as entidades que conhecem o destino, ou seja, as agências de viagens”, afirma Miguel Quintas, presidente da ANAV. “O Barómetro de Viagens vem reforçar isso, essencialmente em viagens mais distantes, acima dos 600 quilómetros da residência do cliente”.
O Observatório ANAV espera desenvolver mais estudos como este, procurando abordar outras áreas do Turismo, mas sempre com uma ligação ao setor da distribuição.
Por Diana Fonseca