Barómetro Heróis PME: Hotelaria e restauração destacam capacidade de adaptação dos colaboradores

Apesar do período de instabilidade que os mercados enfrentam, as empresas PME estão confiantes no crescimento nos próximos três anos, com mais de 50% dos gestores a perspetivar um crescimento significativo entre 10% a 30%. Como efeito da pandemia, 69,6% revela que a sustentabilidade se tornou num tópico mais importante para a sua empresa e a relevância da avaliação e gestão de risco aumentou em 26,8% face ao período pré-pandemia. O estudo revela ainda que as PME do setor de hotelaria e restauração destacam a capacidade de adaptação dos colaboradores e qualidade do produto oferecido.

Estes são alguns dos principais resultados do primeiro Barómetro Heróis PME, lançado pela Yunit Consulting, consultora nacional especializada em investimento e capitalização das empresas, que visou a participação de mais de 200 PME.

“Após a leitura atenta dos resultados, é possível afirmar que as empresas estão dispostas a enfrentar os desafios que se avizinham para construir um futuro mais sustentável e digital, que a maioria saiu fortalecida no pós-pandemia e que as perspetivas de crescimento para os próximos três anos são animadoras. Por outro lado, é de salientar que saiu reforçado o sentimento e a necessidade de apostar no estabelecimento de parcerias de negócio, bem como de olhar de forma mais atenta para temas como avaliação e gestão de risco ou plano de continuidade de negócio. De referir que 80% das empresas que responderam ao inquérito já o fizeram após 24 de fevereiro e, dessas, 78% fizeram-no após 11 de março. Isto permite-nos concluir que o sentimento de confiança partilhado pelos empresários já teve em conta o contexto atual económico e geopolítico. Este facto reforça a nossa visão sobre a grande resiliência que carateriza as nossas pequenas e médias empresas”, afirma Bernardo Maciel, CEO da Yunit Consulting.

A transformação digital foi outra das áreas que ganhou preponderância neste contexto. 50,7% dos gestores afirma que a pandemia acelerou a digitalização e 62,7% reconhece que a adoção de uma estratégia de transformação digital tem influência na vantagem competitiva da sua empresa.

É possível apurar também que as empresas começaram a dar maior importância ao plano de continuidade de negócio (aumentou 22,6% para 84,8%) e à importância de estabelecer parcerias de negócio (94,5%). Por outro lado, os gestores identificam a organização e melhoria de procedimentos, a eficiência produtiva e o desenvolvimento de novos produtos/processos como principais áreas onde existe mais margem de melhoria do desempenho das suas empresas.

Entre os principais fatores que contribuíram para enfrentar os desafios de mercado atuais, 95,8% dos gestores salientam a capacidade de adaptação e empenho dos colaboradores. concordando também que a sua empresa saiu fortalecida no contexto pandémico (69,7%).

Destaque ainda para o interesse dos gestores em incentivos financeiros (87,1%), como o programa Portugal 2020/2030 ou o PRR, entre outros. Muito superior ao interesse em financiamento bancário (64,1%) ou fundos de investimento (apenas 51,2%). Por outro lado, no que diz respeito aos benefícios fiscais, a grande maioria dos gestores afirma que nunca tirou partido. Entre os quais se incluem Benefícios Contratuais ao Investimento Produtivo – BFCIP (78,8% responderam não), Regime Fiscal de Apoio ao Investimento – RFAI (65%) ou Benefícios fiscais aplicáveis aos Territórios do Interior (88,5%).

Este barómetro, que teve como objetivo apurar o sentimento das PME portuguesas face à recuperação no futuro próximo, inquiriu 217 empresas PME de norte a sul do país e ilhas, tendo por ponto de partida quatro fatores distintivos das PME portuguesas no contexto desafiante pós-pandemia: capacidade de adaptação/flexibilidade, capacidade de inovar, a qualidade do produto/solução que as empresas oferecem e o talento humano.