BdP: Exportações de turismo em setembro ainda abaixo dos valores observados em 2019

O Banco de Portugal publicou o indicador preliminar das viagens e turismo da balança de pagamentos para setembro de 2021, que aponta para um aumento de 65% nas exportações e de 61% nas importações, por comparação a setembro de 2020.

As variações homólogas de setembro de 2021 são apuradas em relação a setembro de 2020, num contexto em que existiam restrições à movimentação de pessoas, continuando os valores a situar-se abaixo dos da pré-pandemia, de forma mais notória nas exportações.

Assim, as exportações e as importações de serviços de turismo em setembro de 2021 devem corresponder a cerca de 65% e a 94% dos respetivos valores observados em setembro de 2019. Observou-se um aumento face ao ano anterior, tal como em agosto de 2021, em que se verificaram aumentos de 48% nas exportações e de 47% nas importações.

37,1% do montante dos empréstimos às empresas de Alojamento e Restauração continuava em moratória no final de setembro

O Banco de Portugal revela ainda que, no final de setembro de 2021, o montante global de empréstimos abrangidos por moratórias era de 19,2 mil milhões de euros, menos 17,2 mil milhões do que em agosto.

Esta variação reflete as reduções de 8,7 mil milhões de euros nos empréstimos concedidos a particulares e de 8,1 mil milhões de euros nos empréstimos a sociedades não financeiras, e resulta do término da moratória pública a 30 de setembro de 2021.

No final de setembro, os empréstimos das sociedades não financeiras em moratória totalizavam 13,4 mil milhões de euros, correspondendo a 17,6% dos seus empréstimos (que compara com 28,5% em agosto). Os setores do Alojamento e da Restauração continuavam a ser os que apresentam maior proporção de empréstimos em moratória.

Em setembro, 37,1% do montante de empréstimos concedidos a estes setores encontrava-se em moratória, menos 17,8 p.p. do que em agosto.

Aumentam indivíduos disponíveis para trabalhar mas que não procuram emprego provenientes do setor do Alojamento e Restauração

Segundo o Banco de Portugal, no início da pandemia, o número de desencorajados, ou seja, aqueles indivíduos sem emprego que, embora estivessem disponíveis para trabalhar, não procuraram ativamente emprego, aumentou em cerca de 150 mil, um aumento sem precedentes em termos de magnitude e rapidez. Nos meses seguintes, observou-se uma reversão significativa deste aumento, que se completou no segundo trimestre de 2021. No entanto, no final do primeiro semestre de 2021, a composição dos desencorajados por escolaridade e idades revelava algumas alterações face aos valores observados antes da pandemia. Destaca-se o aumento da idade mediana e a maior percentagem de desencorajados com ensino superior.

Neste período, observou-se igualmente um aumento da percentagem de novos desencorajados provenientes do Comércio e do Alojamento e Restauração. Ao longo dos últimos meses, a AHRESP tem alertado de forma constante para a problemática da falta de trabalhadores no turismo. Os dados do último inquérito realizado pela AHRESP revelam que 32% das empresas de alojamento e 67% de restauração já sentiram necessidade de contratar novos colaboradores este ano. Contudo, 78% das empresas de alojamento e 91% na restauração sentiram dificuldades no recrutamento.