Bernardo Trindade: “Não sabemos a magnitude desta crise mas sabemos que nos temos de preparar para não desistir”

Outro dos intervenientes no debate “Turismo em Portugal – Que futuro? “, promovido pela Iniciativa Liberal, foi Bernardo Trindade, administrador do Grupo PortoBay e vogal do conselho de administração da TAP, que “acredita” no futuro do setor e diz saber que “nos temos de preparar para não desistir”. 

Bernardo Trindade garante “acreditar” no futuro por uma simples razão, pelo facto de que “tenho um acionista que confiou em mim e mais de 1.000 pessoas no grupo a quem devemos uma satisfação por quanto colaboram connosco”. Desta forma, o momento “exige uma enorme responsabilidade na tomada de decisões”. O administrador do PortoBay conta que “encerrámos porque não tínhamos procura e fomos gerando ânimo para reabrir em todas as geografias”, candidatando-se o grupo ao Apoio Extraordinário à Retoma Progressiva.

O responsável admite que “a ajuda do Estado foi extremamente importante”, nomeadamente, no que respeita à manutenção de emprego com o lay-off simplificado: “Foi o elemento essencial para que pudéssemos continuar”, argumenta Bernardo Trindade. Em seguida, o Governo conseguiu “emendar” o término do lay-off e, na perspetiva do administrador, “este novo programa permite-nos, de facto, continuar”, estando “desenhado para quebras entre os 25% e superiores a 75%”.

No entanto, Bernardo Trindade defende que o Governo, tal como os empresários, “subestimou o impacto e a dimensão desta crise” sendo que “o trabalho não está terminado”. Em seu entender, “não sabemos a magnitude desta crise mas sabemos que nos temos de preparar para não desistir”. Finalmente, enumera dois desafios que o setor tem pela frente, que são a retenção de talento e o início, a 5 de novembro, do Banco de Fomento para a necessária “capitalização das empresas”.