Enquanto “prestador de serviço”, a retoma do turismo está hoje dependente de várias dinâmicas, nomeadamente da circulação do transporte aéreo onde as “incertezas são muitas”. No entanto, a resposta que Portugal tem dado na gestão da pandemia é positiva: “Está certamente bem colocado em termos de destinos a visitar”, afirma Bernardo Trindade, administrador do grupo PortoBay e antigo detentor da pasta do Turismo entre 2006 e 2011.
O responsável, que falava no webinar “Covid-19 e Turismo: e daqui em diante?”, promovido pela Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE), que juntou a atual e antigos secretários de Estado do Turismo, considera que este “novo normal” obriga todos os “agentes” a estarem “adequadamente preparados para o regresso”, a começar, desde logo, pelas “companhias aéreas e na circulação” ou nas “infraestruturas”, como os “aeroportos ou, mesmo, as unidades”, de forma a garantir “segurança” aos visitantes.
Ao nível empresarial (hotelaria, restauração, agências de viagem, empresas de animação turística), o gestor realça que uma “nova relação de confiança” precisa de ser construída e que será “adicionada à questão da segurança sanitária”, um indicador essencial na prestação de serviço. E Portugal tem um “bom ponto de partida para atuar” nesse sentido: “Temos todas as características que nos tornam um destino muito apetecível”.
Quanto a projeções sobre uma “realidade turística próxima” daquela que Portugal vivenciou no último ano, Bernardo Trindade considera que “só no final de 2021 e já em 2022 é que podemos almejar ter números como tivemos em 2019” e que foram “os melhores de sempre”. E só numa lógica de “estreita colaboração” é que será possível “consolidar a ideia” de que o “turismo é o melhor instrumento de coesão política, económica e social”, remata o gestor.
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