Apesar das incertezas no campo económico serem algumas, os primeiros números do ano da rede Bestravel mostram uma retoma sustentada nas vendas de viagens, registando o primeiro trimestre de 2022 apenas uma queda de 2% face aos valores de 2019, acrescentando-se que estes valores são atingidos com menos nove postos de vendas. No entanto Carlos Baptista, administrador da Bestravel, considera que “neste momento as agências de viagens estão com balanços destruídos, pois passaram dois anos com resultados negativos. Obviamente houve apoios durante este período que foram fundamentais para fazer a travessia do deserto e há expectativa para que possam haver mais apoios no sentido que se dê um alento para sair desta situação com mais força”. Sendo assim, para o responsável “aquilo que as agências mais desejam é uma estabilização do mercado. Há capacidade de venda, de prestação de serviços, de criação de valor na Bestravel, se houver a concretização das variáveis necessárias para se fazer o negócio”.
[blockquote style=”1″]”Há capacidade de venda, de prestação de serviços, de criação de valor na Bestravel, se houver a concretização das variáveis necessárias para se fazer o negócio”.[/blockquote]
Em conferência de imprensa no âmbito da XVII Convenção da Bestravel, o master franchising da Bestravel, a Geocontur – Gestão e Consultoria em Turismo, efetuou um balanço das vendas desde o início do período da pandemia. Do ponto de vista de números, a rede terminou 2021 94% acima de 2020 ao nível das vendas, significando um processo de recuperação que se está a verificar no mercado como um todo, terminando ainda assim o ano com uma queda de 56% em relação a 2019. Para Carlos Baptista, “o nosso barómetro de referência é 2019, era aí que estávamos posicionados pré-pandemia e para onde queremos voltar. O ano de 2020 foi catastrófico para todo o mercado, 2021 muito difícil para todo o mercado, com uma queda significativa relativamente a 2019”.
[blockquote style=”1″]“o nosso barómetro de referência é 2019, era aí que estávamos posicionados pré-pandemia e para onde queremos voltar. O ano de 2020 foi catastrófico para todo o mercado, 2021 muito difícil para todo o mercado, com uma queda significativa relativamente a 2019”.[/blockquote]
Relativamente a 2022, e comparando os números do primeiro trimestre face a 2021, a rede conta com um crescimento de 502%, mas comparando com um ano em que as vendas eram residuais. “Mas 2022 comparado com 2019 indica que estamos abaixo em 2% (do total de vendas realizadas para todo o ano) na produção relativamente ao que conseguimos em 2019. Isto é algo que nos orgulha, é sinal do que fomos fazendo ao longo da pandemia, do trabalho que todos temos vindo a fazer enquanto rede e uma luz de esperança para o que pode vir a significar o ano”, acrescenta o responsável. Para o interlocutor, “o nosso objetivo para este ano era claramente voltar aos números de 2019 sabendo que todas as previsões globais de consumo de turismo não nos colocavam ainda nesse patamar enquanto setor”. Acrescenta que “a rede acredita que, pelo trabalho feito pela marca e como um todo, pelos agentes de viagens, que iríamos ganhar quota de mercado relativamente ao espetro global de consumo de viagens e nós rede Bestravel ainda poderíamos ganhar um pouco mais pelo trabalho contínuo que fizemos ao longo do tempo”.
No entanto, o administrador indica que “também há a consciência de que os objetivos que colocámos foram antes de termos uma guerra às portas da Europa. Este é um fator que traz mais algum nível de instabilidade. Quer seja pelo sentido básico de segurança à escala global, e há uma franja de mercado que é automaticamente afetada por isso, como pela instabilidade económica e social que cria pelas taxas de inflação e pelas taxas de juro que se preveem que comecem a subir e que possam criar alguma dúvida no consumidor sobre o que possa ser o seu consumo ou «a loucura”» de consumo em períodos pós traumáticos”. Para Carlos Baptista, “pelos números que temos não estamos a verificar isso. Acreditamos, pelos números de poupança que aconteceram durante a pandemia, que não vá haver um efeito imediato. Se não fosse esta guerra poderíamos estar com números superiores, mas acreditamos que o grande efeito desta guerra, não havendo um escalar, sendo que o que pretendemos todos é que haja uma resolução do conflito, porque todos repudiamos o que está a acontecer, é que se possa a começar a verificar efeitos para o final deste ano e início do próximo ano”.
Relativamente à referência de venda por destinos, em 2021 a Bestravel registou entre os mais vendidos Portugal Continental (onde tem um consumo bastante assinalável), Madeira e Açores. Seguiram-se as Maldivas e as operações charter para República Dominicana, Cabo Verde e Baleares. Em 2022, as Maldivas estão como o número 1 na rede Bestravel “e isto mostra o que é um posicionamento da nossa marca num segmento médio alto, que é um nicho de mercado que estamos a adquirir, pois o nosso posicionamento é no mass market e produto charters, que é onde está a maioria do mercado”, indica Carlos Baptista, que enfatiza: “mas a rede Bestravel mostra ter capacidade para conquistar um cliente médio alto e um sinal é as Maldivas estarem em número 1”. Relativamente à procura que se regista este ano na Bestravel, os destinos referidos em 2021 continuam com níveis de produção interessantes, aos quais se acrescenta o México e Tunísia, a crescerem, e nos segmentos médio alto as Maurícias e Dubai, muito bem posicionados. De salientar também uma referência a Cuba e às duas operações que apareceram este ano para o Egito e Senegal, “que não estavam no mercado nos anos mais recentes, mas que assim que foram lançadas no mercado registaram uma aceitação, não estão nos topos, mas estão no espetro mais alargado de análise de destinos”, acrescenta o administrador.
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