Binter só inicia voos entre ilhas de Cabo Verde dentro de 2 a 3 meses

A transportadora aérea Binter, das Canárias, prevê começar a fazer voos entre as ilhas de Cabo Verde dentro de dois ou três meses, disse hoje um responsável da empresa, atribuindo os atrasos na operação a questões burocráticas. “Em dois meses, três meses no máximo, poderemos começar os voos domésticos em Cabo Verde”, disse hoje o coordenador-geral do Grupo Binter, Juan Ramsden, citado pela Lusa, adiantando que há questões burocráticas ainda por ultrapassar.

A operação da Binter foi anunciada inicialmente para outubro com a realização de um voo inaugural das ligações regulares desta companhia entre as ilhas cabo-verdianas. “Há que fazer papéis e fazê-los bem. E estamos a fazê-los com rigor sem maiores problemas”, disse, sublinhando a “boa colaboração” da Agência de Aviação Civil Cabo-Verdiana (AAC).

Juan Ramsden falava aos jornalistas hoje, na Praia, à saída de uma audiência com o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, a quem foi apresentar o projeto que o grupo Binter está a desenvolver no país. O responsável do grupo Binter atribuiu ainda os atrasos no início da operação a uma interpretação errada feita pela companhia sobre a manutenção dos voos de Cabo Verde.

“Temos uma empresa que faz a manutenção dos voos da Binter nas Canárias e pensávamos que [com essa empresa] íamos poder fazer a manutenção aqui, mas não. Temos que criar dentro da empresa de Cabo Verde uma área de manutenção e foi isso que nos atrasou”, disse. Juan Ramsden explicou que a aérea de manutenção já está pronta a funcionar e que, na quinta-feira, a empresa irá entregar toda a documentação referente a esse processo na AAC.

“Temos um avião para Cabo Verde em Las Palmas que está parado e queremos acelerar todo o possível porque o avião parado não ganha dinheiro. O segundo avião estará pronto em janeiro”, disse.

Questionado sobre o preço dos bilhetes, o responsável da Binter não se comprometeu com tarifas mais baratas.

“Os voos não têm que ser necessariamente todos mais baratos. Aplicaremos o mesmo critério que aplicamos nas Canárias: ofereceremos lugares que são caros para passageiros que precisem de mais flexibilidade e mais baratos para quem pode comprar os voos com mais antecedência”, afirmou. “Podemos ceder lugares por 20 euros (cerca de dois mil escudos) ou por 70 euros (cerca de 7 mil escudos)”, acrescentou.

Adiantou que os dois primeiros aviões assegurarão as ligações Praia-Sal-São Vicente e Boavista, enquanto um terceiro avião, a partir de abril, garantirá ligações para todas as ilhas.

Cabo Verde conta com quatro aeroportos internacionais, nas ilhas de Santiago (Praia), Sal, São Vicente e Boavista, e três aeródromos, Fogo, Maio e São Nicolau.

As ligações aéreas entre as ilhas são asseguradas em exclusivo pela Transportadora Aérea de Cabo Verde (TACV).

As ilhas da Brava e Santo Antão só são acessíveis de barco.