Booking prevê 9 tendências sobre o futuro das viagens a partir de 2021

Foram muitos os aspetos das nossas vidas afetados pela pandemia da Covid-19 e o setor das viagens é um dos que mudará para sempre em consequência desta situação. A inovação na indústria avançará mais depressa do que nunca para responder às alterações geradas nos comportamentos e expectativas de viagem.

Os turistas procuram maior segurança e opções mais sustentáveis para as suas viagens, mas também alteraram as suas preferências no que diz respeito a onde e com quem viajar. Manter-se-á a nova tendência de viajar perto de casa e também se começará a diluir a separação entre trabalho e viagens. Todos este selementos vão pressupor um aumento extraordinário do nível de exigência nas viagens que os turistas irão reservar no futuro.

A Booking.com juntou os resultados de um estudo realizado com mais de 20.000 turistas de 28 países e dados próprios de recomendações e pesquisas para apontar nova tendências sobre as viagens a partir do próximo ano.

Mais de metade dos turistas de todo o mundo (53%) afirmaram que não se vão sentir confortáveis com a ideia de viajar até que haja uma vacina ou um tratamento para a Covid-19. Mas a indústria vai continuar a adaptar-se à situação para saciar o desejo de viajar quando for seguro voltar a fazê-lo.

1. Viajar como necessidade
Apesar das interrupções permanentes, restrições e incerteza, o nosso desejo inato de viajar não diminuiu. Durante o confinamento, dois terços dos viajantes (65%) afirmaram esperar ansiosamente o momento de voltar a viajar, e 61% disseram que valorizavam agora mais o facto de poderem viajar e que não iriam dá-lo como certo no futuro. Também indicaram que planeiam fazer um número similar de viagens no seu próprio país e no estrangeiro nos 12 meses posteriores ao fim das restrições de viagens no seu país, tal como fizeram no ano anterior (de março de 2019 a março de 2020).

2. Qualidade-Preço acima de tudo
O impacto económico da Covid-19 vai pressupor, inevitavelmente, que no futuro as pessoas queiram receber mais pelo seu dinheiro. 62% dos viajantes terá mais em consideração o dinheiro ao pesquisar e planear uma viagem no futuro, e 55% disse que é provável que pesquisem promoções e descontos, um comportamento que a Booking acredita que vá manter-se durante anos.
Quase três quartos das pessoas (74%) indicaram que querem que as plataformas de reservas de viagens sejam mais transparentes ao informar das condições de cancelamentos, processos de reembolso e opções de seguros de viagem.

3. Mais que turistas, “localistas”
Na nova realidade, as viagens nacionais estão no topo já que são uma forma mais fácil, segura e sustentável de viajar. No futuro, a Booking revela que ficar em casa e sentirem-se um pouco menos turistas continuará a estar muito presente no setor.
47% das pessoas planeiam viajar no seu próprio país a médio prazo (sete a 12 meses) e 38% pensam continuar a fazê-lo no longo prazo (dentro de mais de um ano). Referindo-se a viagens locais, 43% pretendem descobrir um destino novo na sua região ou país, enquanto que 46% reservarão alguns dias para desfrutar da natureza no seu próprio país. 50$ querem viajar para um destino que já conheçam e que lhes seja familiar, independentemente de ser ou não próximo.
Não ir muito longe representa uma poupança de tempo e dinheiro, ao qual os destinos e alojamentos responderão com uma maior oferta de excursões históricas e culturais com as quais poderão educar e entreter quem os visite.

4. Objetivo: Evasão
A vontade de aceder a um conteúdo sobre viagens, de pôr em marcha a criatividade ao planear uma viagem ou de partilhar as viagens de sonho vão continuar a crescer de forma exponencial no próximo ano, diz a Booking. Tentando distrair-se durante o confinamento, a grande maioria dos viajantes (95%) passou tempo em busca de inspiração para as suas férias, e mais de um terço (38%) pesquisou, pelo menos uma vez por semana, destinos aos quais poderia ir.
Tendo em conta que as restrições continuam em permanente mudança, a Booking prevê que os destinos e alojamentos se reinventem de forma a aproveitar o desejo que as pessoas têm de viajar e desfrutar de experiências. Muitos alojamentos, por exemplo, já aumentaram a sua presença nas redes sociais com conteúdo de influemcers que os visitaram durante o confinamento, e os organismos de turismo locais criaram conteúdos a partir de imagens para mostrar tudo o que oferecem.

5. Segurança e Limpeza
79% dos viajantes a nível mundial vão ter mais precauções devido à Covid-19 e esperam que o setor das viagens os ajude a prepararem-se para esta nova normalidade.
Os governos, associações e operadores/agentes de viagens terão que trabalhar em conjunto para fixar padrões que ajudem a manter a segurança durante as viagens. Além disso, com expectativas cada vez mais elevadas, alguns destinos e empresas terão que fazer um esforço adicional para voltarem a ganhar a confiança dos clientes.
59% dos viajantes irão evitar certos destinos (percentagem que sobe para 67% na geração baby boom), e 70% esperam que as atrações turísticas se adaptem de forma a cumprir as normas de distanciamento físico. Além disso, 70% apenas reservarão alojamento se as medidas de saúde e higiene forem claras, e 75% preferirão os alojamentos que usem produtos antibacterianos e desinfetantes

6. Consciência ambiental
53% dos turistas mundiais querem viajar de uma forma mais sustentável no futuro, o que pressupõe um aumento da consciência ambiental a partir de 2021. Um dos motivos é que a Covid-19 levou a que as pessoas sejam mais conscientes do impacto que têm no meio ambiente e nas comunidades locais.
69% esperam que o setor das viagens ofereça mais opções para viajarem de forma sustentável, o que presumirá mais visitas a destinos alternativos numa intenção de evitar a época alta (51%) e os grandes aglomerados (48%). 63% dos viajantes dizem que não se aproximarão das atrações turísticas mais visitadas, o que obrigará os destinos a adotarem novas medidas para gerir a sua capacidade e satisfazer quem visita o seu país.

7. Adeus ao horário de trabalho
O teletrabalho converteu-se numa prática muito alargada durante a pandemia e, em muitos casos, chegou para ficar. Isso vai significar que, no futuro, haverá viagens mais longas nas quais se combinarão, como nunca, lazer e trabalho.
Mais de um terço dos viajantes (37%) já considerou reservar um alojamento para trabalhar à distância a partir de outro destino, e 40% estão dispostos a cumprir quarentenas ao chegar ao destino desde que possam aí teletrabalhar.
As plataformas de viagens e os alojamentos mostrarão, de forma prioritária, as instalações disponíveis para trabalhar e a velocidade do WiFi numa tentativa de captar esta nova vaga de nómadas digitais. Ao mesmo tempo, no mundo das viagens de negócios aumentará a procura de privacidade, limpeza e estadias mais longas, o que levará os alojamentos alternativos a melhorarem tudo o que estiver relacionado com o teletrabalho.

8. Os pequenos prazeres
Enquanto nos habituamos a conviver com as consequências da pandemia a partir de 2021, os turistas vão considerar uma nova forma de descobrir o mundo. Passar tanto tempo em casa levou a um reajuste das prioridades na hora de viajar e gerou um desejo de desfrutarem mais os recursos naturais.
Desde o início da pandemia, na Booking.com aumentaram as recomendações mais simples como “fazer caminhadas” (94%), “respirar ar puro” (50%), “desfrutar da natureza” (44%) ou “relaxar” (33%), e os estudos mostram que mais de dois terços dos viajantes (69%) querem desfrutar dos pequenos prazeres, como passar tempo ao ar livre ou ir de férias com a família. Mais de metade (56%) procuram experiências rurais ou que lhes permitam estar em contacto com a natureza.

9. “Espontecnicidade”
A inovação tecnológica vai desempenhar um papel crucial na altura de recuperar a confiança dos viajantes e a Booking refere que vamos assistir a um aumento sem precedentes do uso da tecnologia para nos adaptarmos a novos tipos de viajantes.
Além disso, a tecnologia vai ajudar-nos a recuperar a espontaneidade, a confiança e a facilidade de anteriormente, e permitirá que viajemos de forma segura e responsável. Hoje em dia já 64% pensam que a tecnologia será mais importante a hora de controlar os riwscos de viajar para a saúde e 63% acreditam que os alojamentos terão que usar as tecnologias mais recentes para que os seus clientes se sintam seguros.
Mais de metade das pessoas (53%) vai apostar em soluções tecnológicas para reservar uma mesa num restaurante à última hoa e 21% vai querer mais máquinas self-service e menos balcões de venda. 55% confia no potencial da tecnologia para personalizar ainda mais as suas experiências de viagens no futuro. Esta dependência da tecnologia continuará a aumentar à medida que as suas vantagens sejam mais tangíveis e o seu uso se integre cada vez mais nas nossas viagens.