O Brasil é já o segundo maior mercado para a PHC Hotels – Portuguese Hospitality Collection, marca criada pela Sotelmo para integrar as unidades que detém em Lisboa – Hotel Mundial e Hotel Portugal. De acordo com Bruno Matos, diretor comercial do grupo, este mercado já representa 32 mil dormidas por ano. E, até finais de julho, representou já cerca de 19 mil dormidas, embora admita que tenha havido uma perda de 5% neste indicador mas um aumento de 19% no ADR, que representou uma subida de 12% nas receitas do alojamento.
Em declarações à Ambitur, o responsável explica que “o primeiro semestre deste ano apresenta bons indicadores” mas esclarece que, comparativamente com a “booking position” de há um ano, verifica-se uma dimiuição das reservas futuras, acima de tudo para o período de inverno. Algo que se deve, segundo Bruno Matos, “à forte instabilidade politica e social neste momento, e que resultou numa das maiores desvalorizações do real frente ao dólar e ao euro. Penso que as eleições em outubro serão determinantes para haver, ou não, uma estabilização deste mercado”.
O crescimento do mercado brasileiro em Portugal tem sido motivado, segundo o diretor comercial da PHC Hotels, pela aposta na promoção feita neste mercado emissor, bem como pelo aumento do número de voos para o nosso país, a frequente oscilação do dólar neste sanos e o fator segurança, que é cada vez mais importante em qualquer destino turístico. “Temos uma excelente oferta de produtos turísticos e, neste mercado, apesar dos circuitos que incluem várias cidades europeias serem muito frequentes, existem também outros nichos para roteiros gastronómicos, culturais, religiosos, lua de mel, shopping e puro lazer”, adianta.
Desafios
Para continuarmos a crescer neste mercado, oportunidades não faltam visto que “Portugal se posicionou e ganhou o merecido reconhecimento como um dos melhores destinos turísticos europeus”, frisa Bruno Matos. Mas o profissional lembra que é necessário que a falta de slots no Aeroporto de Lisboa fique resolvida “com a maior brevidade”. Afirma ainda que “um dos nossos desafios será continuar a aumentar a taxa de passageiros que façam o stopover em Portugal, em lugar de seguirem diretos para o destino final”.
Outro alerta do diretor comercial do grupo português: “teremos também de ser cuidadosos com os preços praticados de forma a mantermos o destino competitivo com os seus maiores concorrentes”, explicando que não se refere aqui apenas à parte hoteleira mas também à tarifa aérea, “que se tornou elevada desde há dois anos, com várias taxas que foram aplicadas pela maioria das companhias aéreas que voam para a Europa”.
“Neste caso, também existe um foco neste momento para a venda do aéreo no B2C em detrimento das tarifas e condições especiais que os operadores tinham até então, o que não me parece ser muito favorável num mercado que ainda tem uma elevada tradição na tour operação e na compra dos packages nas agências de viagens”, sublinha.
Desafios ultrapassados, Bruno Matos acredita que “estamos no bom caminho” e que agora é importante “continuar a primar pela inovação, acima de tudo nos canais onde fazemos a comunicação do nosso produto turístico”.
*Poderá ler um artigo mais completo sobre a importância do mercado brasileiro para o setor turístico nacional na edição 314 da Ambitur.