BTL: “Mais de 90% das inscrições transitaram da edição de 2020 para 2022”
A preparação da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) está em marcha. Apesar do contexto pandémico, tudo aponta para que, em meados de março, haja condições para a realização “quase” em pleno da BTL. Recorde-se que, ainda há uma semana, a FITUR (Feira de Turismo de Madrid) realizou-se em Madrid. Em entrevista a Ambitur.pt, Dália Palma, diretora gestora do certame, indica que “sentimos que existe uma grande vontade, por parte das entidades públicas e privadas, que a BTL regresse àquilo que sempre foi”, complementando que há um percentagem elevada de inscrições que transitaram do certame de 2020, cancelado devido à pandemia.
Durante a apresentação da BTL, o Comendador Rocha de Matos considerou que “a BTL vai ser uma feira diferente, vamos tentar ajudar não só os empresários do sector, mas também a secretária de Estado do Turismo, a voltar a colocar o turismo no sítio que merece e que tem direito”. Que BTL, ao dia de hoje, se pode antever?
A BTL é a maior e mais importante feira do sector do turismo em Portugal, é o único evento que de forma transversal promove o produto destino Portugal para o trade e consumidor final. É com este enquadramento que pretendemos ajudar os empresários e a Secretaria de Estado do Turismo a colocar o produto destino Portugal nos quatro cantos do mundo, através do programa de buyers para o incoming e potenciar, igualmente, o consumo interno.
Entre os vetores estratégicos da BTL 2022 fazia parte a internacionalização, com um objetivo de “reforçar a qualidade e representatividade dos diferentes segmentos do programa de buyers da BTL”, sendo que na apresentação da feira foi afirmado que “para isso precisamos de trabalhar em rede com parceiros nacionais e internacionais, que nos ajudem a materializar este objetivo”. Qual o trabalho que tem sido desenvolvido a este nível?
A BTL em geral e o programa de buyers em especial têm sido trabalhados em rede, com parceiros onde destacamos o Turismo de Portugal e a TAP, grupos hoteleiros, associações do setor e outros players do setor do turismo. É importante este trabalho em rede e alargar a dimensão das parcerias para outros mercados para que possamos reforçar a qualidade e a representatividade. Sempre com um objetivo comum: criar networking e potenciar o negócio entre a oferta e os visitantes profissionais e público. Estamos a trabalhar em colaboração com consultores internacionais especializados na área do turismo que nos estão a ajudar a identificar buyers que possam trazer valor acrescentado ao mercado português e que possam reforçar a abrangência geográfica (caso da América Latina) em sectores com potencial de crescimento, como o enoturismo, turismo de natureza, etc.
Outro dos vetores estratégicos apontados para a BTL 2022 é o reforço da representação dos diversos sectores da oferta nacional – enoturismo, turismo da natureza, saúde e bem-estar, meeting industry. Este é um desígnio que poderá ser alcançado? De que forma estão a tentar cativar a presença de mais agentes destes setores?
Este foi um desígnio que começamos a construir na BTL 2020, mas que pelas circunstâncias conhecidas foi adiado. A reconfirmarem-se todas as inscrições de 2020, podemos considerar que essas serão as áreas em destaque, não só pelo trajeto natural de crescimento antes da pandemia, mas também pelo aumento exponencial da oferta e da procura deste segmento.
Relativamente ao Meeting Industry e ao Enoturismo, estamos a promover contactos por forma a conseguirmos alguns dos buyers de referência destes sectores do mercado internacional a Portugal e brevemente daremos mais informação.
A BTL, à semelhança de outras feiras internacionais, é a montra da oferta e das tendências do consumo dos vários segmentos turísticos.
Ao nível da formação, que se pretende que continue a ser um dos pilares da BTL, Têm como ambição estruturar de forma integrada com os parceiros uma amostra das ofertas de formação no turismo que permita reforçar as qualificações dos trabalhadores do setor conjugando com a dinamização de uma bolsa de empregabilidade e com participação de entidades de recursos humanos que possam, junto aos trabalhadores e entidades patronais, evidenciar e mensurar o real impacto para a cadeia de valor da aposta na formação profissional do setor do turismo. Já há uma ideia mais clara do que o certame poderá apresentar este ano, ao nível desta temática?
Temos assistido a um crescimento da representatividade da Bolsa da empregabilidade nas últimas edições da BTL. Nesta edição, o nosso principal objetivo é, juntamente com os nossos parceiros, ter um programa um programa/mostra das ofertas de formação no setor do turismo que permita reforçar as qualificações dos trabalhadores do setor, conjugado com a dinamização de uma bolsa de empregabilidade e com a participação de consultoras de RH que possam, junto de trabalhadores e entidades patronais, evidenciar e mensurar o impacto para a cadeia de valor da aposta na formação profissional no sector do turismo
O que poderá ser a BTL Lab do certame deste ano?
A BTL LAB é a área onde se discute o presente e se projeta o futuro no que à inovação no setor do turismo diz respeito. Representado por startups que trabalham com a ambição de virem a ser um dos unicórnios até às empresas consolidadas no mercado, que prestam serviços ao setor do turismo, a BTL LAB é o palco da inovação com um programa de pitchs, conferências e encontros de negócios.
De que forma pretendem reforçar a componente da oferta de venda direta ao cliente final dos dias de público na BTL?
A BTL sempre teve uma forte componente de venda direta, nomeadamente no pavilhão internacional, onde apresentamos a oferta do outgoing através dos destinos internacionais e das agências de viagens. A BTL é a plataforma que assume o mais importante peso, na venda de férias aos portugueses, nomeadamente pacotes de viagens ao estrangeiro. Agora e com o objetivo de apoiar a estratégia do Turismo de Portugal, pretendemos que a BTL seja também a plataforma de venda direta, aos portugueses e estrangeiros, do produto destino Portugal oferta disponível nos restantes três pavilhões da FIL, representados pelos vários players nos espaços das Entidades Regionais, CIM´s, grupos hoteleiros, entre outras.
Como está a correr a adesão de entidades e empresas ao certame? De que forma têm dinamizado esta dinâmica?
Sentimos que existe uma grande vontade, por parte das entidades públicas e privadas, que a BTL regresse àquilo que sempre foi, o maior e mais importante evento do setor do turismo, realizado em Portugal e isso tem sido expresso através da adesão destas mesmas entidades.
Estamos muito expectantes relativamente a esta edição, trabalhando com o objetivo que gerar valor e criar as condições para potenciar negócio e promover o networking aos nossos clientes.
Qual o prazo para as inscrições do certame?
O prazo “oficial” de inscrição terminou em Outubro, um mês antes das adjudicações de espaço e mais de 90% das inscrições transitaram da edição de 2020 para 2022. Este é um resultado demonstrativo, quer da resiliência do sector, quer do reconhecimento da BTL como a maior montra de oferta turística que se realiza em Portugal, em particular o trade e para os agentes focados no público, nomeadamente a venda direta. Estamos ainda a dinamizar novas áreas cuja comercialização ainda está a decorre, mas a um bom ritmo.
Existem parcerias concretas que já possam divulgar e quais os seus objetivos, nos mais variados âmbitos do certame?
Temos várias parcerias, nas mais diversas áreas, desde o Turismo de Portugal, a TAP, grupo Barraqueiro, os Grupos hoteleiros, Fundação Calouste Gulbenkian, NEST, entre muitas outras entidades que apoiam de forma transversal a programação e as iniciativas da BTL. Estão em fase de negociação outras parcerias que serão anunciadas oportunamente.