By Travel: 2020 vai trazer oito lojas e uma brochura própria da marca

“A By Travel está bem e recomenda-se!”. Quem o diz é Pedro Leal, representante da By Travel de Oeiras, à Ambitur.pt, fazendo um balanço da marca que está sólida no mercado há quase 10 anos. 

Foi em 2009 que a marca foi registada. Na altura, “éramos franchisados da Bestravel”, explica o responsável, recordando que “havia muitas lojas à época com muitas dificuldades em pagar os cânones administrativos, a publicidade e tudo aquilo que fazia parte de um sistema de franchising”, pelo que “poderia haver pequenas alterações” que reduzissem os “encargos mensais a qualquer loja”. Nesse mesmo ano, Pedro Leal, juntamente com quatro colegas, solicitaram aos dirigentes do Grupo Gecontur (detentor da Bestravel) algumas sugestões na estrutura. Quando a proposta foi “atendida a zero”, o caminho deste “grupo de amigos” foi sair da rede. 

Em fevereiro de 2010, já faziam parte da By Travel sete lojas. A marca funcionava como uma “espécie de banco de compras” onde “o esforço das sete agências se focava na faturação dos diferentes operadores”, refere o responsável, destacando o surgimento da D-Viagem, que pediu para se associar à marca. “Durante 2012 e 2013, estivemos associados ao grupo Vibo, convertido na altura pela D-Viagem”, afirma Pedro Leal. No entanto, após a “falência” anunciada da Vibo Viagens, a By Travel “não sofreu qualquer represália”, uma vez que já tinha uma marca e “éramos fiscalmente autónomos”, acrescenta. Esta “implosão” fez com que a By Travel regressasse ao início: “Fazer contratação própria”, sublinha, evidenciado o “interesse” de outras lojas (associadas à Vibo Viagens) em fazer parte do grupo. Embora a filosofia e o espírito da By Travel “não fosse crescer em número de lojas” nem “ser uma estrutura de franchising”, o responsável refere que “foram aceites algumas lojas” da Vibo, levando a que, em 2017, surgisse uma “mudança de política” na entidade. Para o grupo aparecer numa “posição cimeira” nos mapas de vendas dos operadores, foi necessário “abrir um bocadinho a torneira” e “aceitar aqueles que se queriam juntar” à marca, resultando num “aumento de 21 balcões”, refere Pedro Leal. Nesse mesmo ano, “tínhamos sete agências”, acrescenta. Na abertura oficial da 21.ª loja, surgiu uma sugestão vinda de um responsável comercial: “Porque não fazer uma Convenção?”. Na altura, faziam-se “duas reuniões anuais” e aquilo que se fez “foi converter uma delas em Convenção aberta aos operadores”, explica. A primeira realizou-se em fevereiro de 2018, sem qualquer expectativa. Pedro Leal afirma que foi “montado algo que resultou bem” com os operadores a aderirem em “número bastante considerável”, assim como ao nível de patrocinadores”, acrescenta.

“Uma perspetiva de crescimento para 2020”

De 29 de novembro a 1 de dezembro, o Tivoli Évora Ecoresort acolheu a segunda convenção do Grupo By Travel. Sob o mote “Unir, Motivar e Multiplicar” cada apresentação foi “feita com base nestes três itens” que, para Pedro Leal, estão “interligados”. Sobre esta edição, não restam dúvidas de que se regista uma “enorme evolução” a todos os níveis, realçando que estes encontros “vão ser para continuar”, refere, realçando o apoio de todos os parceiros: Auto Europe; ATR; Bedsonline, EGOtravel, Image Tours, Jolidey/Ávoris; Lusanova, Magnet, Melair, Mundomar, Schultz, Solférias, Soltour, Soltrópico, Sonhando, TAAG, TourDiez, Travelplan, Travelport, TUI; Via Tours, Venturis e Viagens Tempo, Turismo do Alentejo e Minor Hotel Group.

“Apresentar uma perspetiva de crescimento para 2020” foi um dos objetivos deste encontro. “Tivemos a presença de duas lojas” que vão entrar para o grupo em 2020, indica Pedro Leal, aproveitando para traçar dois objetivos do grupo: a “abertura de oito lojas novas” (“algumas filiais e outras novas”, explica) e “uma brochura própria” da marca. “Vai ser um produto diferenciado e que só será vendável nas agências”, explica o responsável, destacando o objetivo de “reforçar uma entidade comum” que envolva “todas as lojas na realização das viagens que vão aparecer na brochura”. Aquilo que se pretende é “ter duas brochuras anuais em dois semestres” e que possam ser divulgadas “digitalmente” e nas “próprias lojas”, diz Pedro Leal, deixando um desejo: “Se daqui a um ano e meio vierem pessoas às lojas perguntar pela brochura, seria fantástico”.

O panorama atual da By Travel

Atualmente, o Grupo By Travel tem 17 balcões  abertos. Não tem uma sede própria, sendo gerido por um “Grupo de Amigos” das cinco lojas fundadoras, localizadas em Oeiras, Cascais, Benfica, Alvalade e Venda do Pinheiro. Pedro Leal salienta que a marca em si “não tem uma característica única”, pelo que cada uma das lojas “vende aquilo que entende”. Mas existe “um esforço comum de cada uma” em criar uma “espécie de mealheiro em termos de volume de faturação”, permitindo ao grupo apresentar as “condições” a diferentes operadores. “Basicamente, se cada uma das lojas estivesse individualizada no mercado, não teria, seguramente, as condições que têm em grupo”, afirma o responsável.

Sobre o ano de 2019, Pedro Leal refere que “não trabalhamos os números em grosso. Com menos lojas, atingimos os mesmos patamares e os mesmo rapeis”. No entanto, o representante da loja de Oeiras está confiante de que “quantas mais lojas tivermos, mais fácil vai ser atingir o segundo patamar”, que só “ traz benefícios para o grupo. O desafio das oito lojas é esse mesmo”, diz. A “estratégia” passa assim por “motivar os colegas para abrir uma filial” e “abrir portas a mais agências” para que, em 2020, “consigamos atingir melhores patamares ao nível do rapel”, refere.

As vendas online são um desafio?

O “pavor das vendas online” é, para Pedro Leal, um “falso papão”, acreditando que, na maioria das vezes “o que falta ao cliente é comparar os preços” que, eventualmente, estão na Internet e na agência. O responsável é perentório ao afirmar que “se na internet o produto fosse mais barato, não havia agências”. Além da “comparação” dos preços, deve-se “comparar o serviço”, destaca. “As pessoas arriscam por 5€ ou 10€” comprar na Internet quando na loja “há uma pessoa que conhece o destino e está melhor informado”, identifica. A visão de Pedro Leal é que, a partir do momento em que “as pessoas reconhecem que há serviço e apoio, as agências de viagens nunca vão deixar de existir”.