Cabo Verde estima receber 600 mil turistas este ano

O diretor da Autoridade Turística Central (ATC) de Cabo Verde, Gil Évora, defendeu uma aposta na diversificação do turismo cabo-verdiano além do sol e praia, estimando que o país possa atingir este ano os 600 mil turistas, noticiou a agência Lusa.

“Em 2015 tivemos 540 mil turistas. Pensamos que em 2016 podemos subir muito esta marca. No primeiro semestre tivemos um acréscimo de praticamente 40 mil turistas e se as coisas continuarem a este ritmo pensamos que podemos atingir os 600 mil turistas”, disse Gil Évora, que falou aos jornalistas, na cidade da Praia, à margem de uma conferência no âmbito do Dia Mundial do Turismo.

O diretor da ATC sublinhou a insuficiente oferta de camas como limitação ao crescimento do turismo cabo-verdiano e destacou a importância de apostar na diversificação da oferta para atrair novos turistas. “Estamos a apostar no turismo de montanha para as ilhas de Santo Antão, Fogo e Santiago. Estamos a apostar no turismo de cruzeiro, não só em São Vicente e Santiago mas também nas ilhas da Boavista, Maio e São Nicolau, que pela primeira vez vão conhecer turismo de cruzeiro na próxima época”, adiantou.

“Cabo Verde está associado a sol e praia, mas temos que mostrar o outro lado. Já temos franceses e alemães que estão a apostar no turismo de montanha e temos que aproveitar esse nicho de mercado”, acrescentou.

Relativamente ao turismo de cruzeiros, cuja época começa sábado, Gil Évora adiantou que o país irá receber 70 escalas, mais 20 do que em 2015. “Estamos a contar que seja uma época boa e que Cabo Verde continue na rota dos cruzeiros”, disse, considerando que o país continua a beneficiar da instabilidade e da insegurança no Médio Oriente e no norte de África.

Gil Évora assinalou também as dificuldades causadas pela “dispersão institucional” da promoção turística. “Temos que definitivamente por a promoção ligada ao turismo”, defendeu, acrescentando que essa “dispersão não tem ajudado a promoção do turismo lá fora”.

O ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, que fez uma intervenção na conferência, apontou o turismo como um setor essencial para o futuro de Cabo Verde, adiantando que será o foco das políticas económicas no curto prazo.

Acrescentou que as receitas do turismo no país atingem hoje os cerca de 300 milhões de euros e representam 20 por cento da riqueza do país, o ministro reconheceu que o país continua pouco competitivo. Considerando, por isso, fundamental uma aposta da diversificação da oferta, na qualificação dos recursos humanos, da melhoria das condições de segurança no país, na requalificação urbana e no saneamento, além da valorização e promoção do destino. Tudo com o objetivo de, até 2021, atingir a meta de um milhão de turistas, tendo o Reino Unido, Alemanha, Bélgica/Holanda e Portugal como principais mercados.