Câmara de Lisboa quer que passageiros de navios de cruzeiros paguem taxa turística

O vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP) disse, em reunião da Assembleia Municipal, segundo refere a agência Lusa, que “parece-nos inaceitável e incompreensível que os passageiros dos navios de cruzeiro não paguem a taxa turística, como está prevista, e, portanto, é uma matéria em relação à qual nós não abdicaremos e também esperamos que em breve, no decurso do primeiro semestre deste ano, seja concretizada”.

A declaração veio em resposta à deputada do PEV, Cláudia Madeira, sobre se a câmara pretende utilizar a taxa turística para a eletrificação do Terminal de Cruzeiros de Lisboa, depois de o presidente Carlos Moedas (PSD) ter dito que os turistas de cruzeiros também deviam pagar dois euros quando desembarcam na cidade.

O autarca que está a substituir o presidente da Câmara de Lisboa, na sua ausência, confirmou que “tem sido uma negociação difícil”, pois a justificação dada pelos operadores de cruzeiros é que a aplicação da taxa turística “tem que ser antecipada ao tempo da comercialização dos próprios cruzeiros”. explicou.

A 10 de janeiro, na apresentação da Doca da Marinha, em Lisboa, ao público, Carlos Moedas lembrou a importância da taxa turística, pois é um contributo para “ter uma cidade melhor, com mais inovação e mais obras”.

Na cidade, a taxa começou a ser aplicada em janeiro de 2016 sobre as dormidas de turistas nacionais (incluindo os lisboetas) e de estrangeiros em hotéis ou alojamentos locais. Iniciou num euro por noite, mas a partir de janeiro de 2019 aumentou para dois euros.

Sobre a eletrificação do Terminal de Cruzeiros de Lisboa, o vice-presidente disse que a câmara tem uma intervenção junto da Associação Turismo de Lisboa ATL) e da a Administração do Porto de Lisboa (APL), para que se criem condições para um investimento que “não é matéria de competência da câmara”.

O autarca avançou ainda que o plano de criação de condições para a eletrificação do Porto de Lisboa está a ser criado e “é uma empreitada bastante relevante, com um investimento muito avultado, que a APL está disponível para desenvolver”, indicando que brevemente se poderá ter a calendarização dessa intervenção, que poderá aproveitar o ‘timing’ das obras em curso este ano no âmbito do Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL), mas lembrou que não é câmara que financia o projeto, mas acompanha e cria as condições necessárias.

A deputada do PEV, Cláudia Madeira, questionou ainda sobre a requalificação da passagem pedonal subterrânea da estação de Alcântara-Mar e da zona envolvente, ao que o vice-presidente disse que as obras estão previstas arrancar no segundo trimestre deste ano, com uma duração de 10 meses, estando concluídas no primeiro trimestre de 2024.