Em 2004, um grupo de proprietários de unidades turísticas localizadas nos Açores juntou-se para criar uma Associação de Turismo em Espaço Rural, pioneira no associativismo do turismo rural e de natureza neste arquipélago. Esta associação, que passou a designar-se por Casas Açorianas, nasceu da consciencialização de que uma unidade isolada não conseguia fazer vingar um produto de enorme potencial e que era fundamental aglutinar sinergias, potenciar o mercado e atrair mais investidores para esta área. Gilberto Vieira, presidente das Casas Açorianas, explica que a associação surge para dar resposta a estas necessidades e “para afirmar um produto de excelência no âmbito do destino Açores”. Além disso, permite dialogar de forma mais consistente com as autoridades responsáveis pela política do turismo, desde a promoção à disponibilização de incentivos para o investimento no turismo em espaço rural.
A associação tem então como objetivos primordiais a promoção do alojamento e da animação turística em espaço rural nos Açores, defendendo os interesses dos seus associados e garantindo a genuinidade e qualidade deste produto turístico. E marcou presença ideóloga e cofundadora da Federação Portuguesa de Turismo em Espaço Rural, tendo sido parceira dos Parques Naturais dos Açores e do Geoparque Açores. Neste âmbito já estabeleceu parcerias com entidades públicas e privadas que têm como objetivo as mesmas preocupações na preservação e divulgação dos Açores.
A missão da associação
As Casas Açorianas promovem e divulgam as unidades suas associadas, criando um espaço próprio, com um acolhimento familiar que as diferencia da oferta de massas, na medida em que este produto se preocupa com as questões culturais, ecológicas e atendimento personalizado.
Gilberto Vieira adianta ainda que um dos pilares da divulgação do produto são as parcerias, além da presença em eventos importantes para este tipo de unidades. “Contribuímos para a recuperação de edificações e ambientes tradicionais que, de outra forma, estariam hoje ao abandono”, esclarece também o responsável. Por outro lado, a associação promove e incentiva os associados a desenvolverem esforços para obterem galardões de reconhecimento regional, nacional e internacional, nomeadamente o Green Key, a Horta do Chef ou o Miosótis, entre outros.
O presidente das Casas Açorianas sublinha que esta associação é reconhecida como um case study, quer pelo associativismo, quer pelo elevado contributo para a divulgação e notoriedade dos Açores. Foi igualmente várias vezes galardoada, a nível nacional e internacional, nomeadamente com a Medalha de Ouro de Mérito Turístico e com o troféu internacional de Turismo, Hotelaria e Gastronomia, criado pelo Editorial Office e Trade Leader’s Club para distinguir as entidades mais relevantes nos setores a que se dedicam.
A associação – pela sua genuinidade, rusticidade e conhecimento da área de localização dos seus associados, e no que toca à animação turística – tem também promovido ações de demonstração e divulgação junto dos seus membros para que desenvolvam atividades de entretenimento tradicionais amigas do ambiente. Gilberto Vieira dá o exemplo do Golfe Rústico Açoriano, que foi implementado pelas Casas Açorianas em todas as ilhas dos Açores, estando na origem da recuperação e criação de diversas infraestruturas e equipamentos de animação e ocupação, como o campo de golfe na ilha do Faial.
As Casas Açorianas pretendem continuar com os seus encontros anuais que são “uma excelente oportunidade de divulgação de uma ilha nos seus múltiplos aspetos de interesse turístico e cultural”, aponta o presidente da associação. Nestes fóruns aglutinam-se ideias e definem-se estratégias perante um mercado que se mostra cada vez mais interessado mas também mais exigente. Além disso, nestes encontros realiza-se também uma assembleia geral e, na próxima iniciativa, será apresentada uma proposta concreta de alteração de estatutos para que seja possível abrir a associação a outras tipologias de alojamento, ou que desenvolvam atividades complementares que partilham o ideal e o compromisso que diferencia as Casas Açorianas na oferta turística dos Açores. Prometido está também o regresso da presença física da associação em feiras nacionais e internacionais, estando já confirmada a presença na Bolsa de Turismo de Lisboa e na Destination Nature – Randonee.
O contacto com a natureza
Atualmente, a associação conta com cerca de 50 associados espalhados por oito das nove ilhas dos Açores – à exceção do Corvo – e constitui uma rede de unidades de alojamentos de Turismo em Espaço Rural, que são “um repositório de vivências, onde se pode observar e experimentar toda a evolução da cultura gastronómica e civilizacional dos Açores ao longo dos séculos”, refere Gilberto Vieira.
Quem procura estas unidades é atraído pela garantia de que terá uma inserção num meio ambiente mais genuíno e que desfrutará mais daquilo que é a oferta turística dos Açores. “Contacto com a natureza em formas surpreendentes, interação com um legado de humanização profícua e pachorrenta, dois dedos de conversa com gente recetiva, simpática e sincera, uma gastronomia nascida da terra e do mar em que os produtos simples e saudáveis ganham sabores incríveis pelas mãos que replicam saberes ancestrais, sossego e segurança a somar a tudo isto, são ingredientes praticamente imbatíveis no panorama turístico à escala global”, resume o responsável.
Explorar os Açores…
Gilberto Vieira garante que surpresa é o sentimento partilhado por quem escolhe as unidades das Casas Açorianas. Uma “agradável surpresa por tudo aquilo que encontra de diferente, autêntico e avassalador”, não só a nível dos alojamentos propriamente ditos, como pela paisagem envolvente, a gastronomia e a partilha de vivências enriquecedoras e inesperadas.
Presentes em oito ilhas açorianas, todas elas diferentes e com as suas especificidades, são muitos os roteiros disponíveis para os hóspedes destas casas de turismo rural. Mas a associação editou recentemente o Guia de Alojamento Rural – disponível em www.casasacorianas.com – onde é possível encontrar todos os alojamentos e sua localização, além de uma descrição de cada ilha e das atividades que se podem fazer para tirar o máximo proveito do “manancial quase inesgotável das ilhas dos Açores”.