Centro de Interpretação das Linhas de Torres inaugurado em Torres Vedras

O centro de Portugal tem mais um motivo de interesse para quem gosta de história, nomeadamente a portuguesa e militar. Já está a funcionar o Centro de Interpretação das Linhas de Torres, na capela do Forte de S. Vicente, em Torres Vedras. A cerimónia da inauguração do equipamento realizou-se no fim de semana e contou com a presença do secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello, além do presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Carlos Bernardes, e do presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria, São Pedro e Matacães, Francisco Martins.

Após os discursos foi efetuado o descerramento da placa de inauguração, seguida de uma visita guiada ao Centro de Interpretação, uma demonstração de telegrafia da época das Linhas de Torres e uma degustação de gastronomia oitocentista. A animação musical ficou a cargo dos Gaiteiros da Freiria.

O objetivo da instalação, um investimento da autarquia, é ajudar os visitantes a compreenderem o papel das Linhas de Torres na vitória anglo-lusa sobre as tropas francesas de Napoleão. A autarquia de Torres Vedras quer fazer deste novo espaço uma âncora na organização de percursos e roteiros de visitação e uma porta de entrada para os turistas.

As Linhas de Torres designam o conjunto das 152 fortificações defensivas e estradas militares construídas há 200 anos sob a orientação do general inglês Wellington, comandante das tropas luso-britânicas, no período das invasões francesas. O Forte de S. Vicente é um dos seus principais equipamentos, integrando a rede de centros interpretativos da Rota Histórica das Linhas de Torres que, além de Torres Vedras dispõe de estruturas nos concelhos de Sobral de Monte Agraço, Arruda dos Vinhos, Mafra, Loures e Vila Franca de Xira.

O percurso expositivo tem início com a exibição de um filme/documentário, no auditório, que dará um enquadramento histórico da época, destacando-se a terceira invasão ao território português, comandada pelo general Massena, o exílio da população (devido à imposição da política de terra queimada) e o sistema defensivo a norte de Lisboa, que protegia o acesso à capital. O espaço da nave e capela-mor está reservado aos núcleos expositivos, que contam com peças museológicas, infografias, maquetas, recursos áudio, audiovisual e multimédia.

Já o espaço exterior da capela, que está em ruínas, pretende preservar a memória do lugar, contando a história da capela ao longo dos tempos.