Centro de Portugal quer ser o seu local de trabalho

“Work From Centro de Portugal” está a dar os primeiros passos e visa estruturar e comunicar o território incidindo num segmento turístico que se alavancou durante a pandemia da Covid-19 derivado dos “nómadas digitais” e que abrange os profissionais em teletrabalho. Neste sentido o Turismo Centro de Portugal organizou hoje um webinar “Work From Centro de Portugal” que pretende lançar as suas bases.

Para Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, as tendências apontam para uma disrupção do turismo tradicional dos próximos anos, beneficiando de alterações profundas no mercado de trabalho, ou seja “um mundo novo”.

Como refere Carlos Bernardo, de «O Meu escritório é lá fora», “há uma tendência de trabalho à distância”, ou seja, fora do local tradicional, que pode ser explorada turisticamente, apesar de ainda não existir uma designação concreta para este novo segmento turístico, sendo o necessário neste momento “conhecer o público alvo”.

Luís Antunes, presidente da Câmara Municipal da Lousã, indicou durante o evento que a região “tem no futuro próximo outra aldeia vocacionada para esta área”, para além das Aldeias do Xisto, que é diversificada para este segmento turístico.

Já para Miguel Costa, da TravelB4Settle, este é uma atividade importante para valores como a sustentabilidade. Os colaboradores preferem destinos com uma oferta genuína e coesão territorial, pois as pessoas procuram lugares fora das grandes cidades onde trabalhar. “A realidade demonstra isso”, indica o responsável. Por outro lado, o participante do webinar chama a atenção que este segmento é sensível ao clima, à oferta de atividades na zona envolvente, assim como à existência de eventos.

O projeto desenvolvido pelo Centro de Portugal inclui um Manual de Boas Práticas nesta área, um conjunto de Workshops, um site e um livro, cujo lançamento será para breve.

Entre outros tópicos desenvolvidos no webinar destaca-se a questão de saber se as aldeias da região estarão preparadas para uma oferta turística neste segmento, sendo necessário ultrapassar a carência de infraestruturas, por exemplo, ao nível da comunicação e internet. Por outro lado, entre as vantagens sustentadas, foi referido que o espírito de comunidade existente nas aldeias do Centro de Portugal é aquilo que os “nómadas digitais” costumam apreciar.