Centro Interpretativo da História do Bacalhau abre hoje ao público

Lisboa tem uma nova atração onde se conta uma das mais épicas histórias de Portugal – a descoberta da Terra Nova e a aventura nos mares gelados pela pesca do bacalhau. O Centro Interpretativo da História do Bacalhau abre hoje ao público, no Torreão Nascente do Terreiro do Paço, em homenagem a um símbolo da gastronomia portuguesa, da cultura popular e da identidade nacional.

A Associação Turismo de Lisboa (ATL) e a Câmara Municipal de Lisboa (CML) são os fundadores e organizadores deste projeto, que conta com a participação de Álvaro Garrido (Comissariado Científico), de Tiago Silva Dias (Projeto de Arquitetura) e do NewsMuseum (Projeto de Experiência do Visitante), bem como com a colaboração do Museu Marítimo de ílhavo.

Este novo espaço interativo combina o melhor da tecnologia com o mais fantástico da tradição, num regresso à epopeia dos portugueses, com vista para o encontro do rio com o mar, estando integrado no projeto do Novo Cais de Lisboa que tem como objetivo requalificar a zona ribeirinha de Lisboa/Terreiro do Paço e promover o Tejo e as atividades a ele ligadas.

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Ao longo de vários núcleos expositivos, o visitante pode assistir ao início da odisseia de um povo que se lançou nos ‘mares do fim do mundo’, sentir os perigos e emoções a bordo de um dóri, conhecer as rotinas dos pescadores a bordo,  descobrir como nasceu o mito do “fiel amigo” à mesa ou perspetivar o futuro do bacalhau, o seu consumo, a pesca sustentável e novas formas de o cozinhar.

O espaço divide-se em duas áreas principais: O Mar, no piso 0, e À Mesa, no piso 1. Em ambos aborda-se a viagem à Terra Nova e como se pescava o bacalhau, como também a expressão do bacalhau na cultura popular e gastronómica portuguesa.

No Piso 0, recua-se no tempo na sala d’A Saga e assiste-se, num livro gigante, à narrativa lendária e fantástica da pesca dos portugueses no Atlântico Norte. Destaque ainda para a exposição de objetos selecionados do espólio do Museu Marítimo de ílhavo utilizados na pesca do bacalhau.

Se é certo que a pesca do bacalhau desperta toda uma memória épica e uma lenda internacional, não menos importante é a faina dos veleiros e dos pescadores de dóris. Na sala O Adeus, conhece-se a dimensão humana e social da pesca do bacalhau. O visitante é igualmente convidado a experimentar, durante 1 minuto, o que era a solidão dos marinheiros do bacalhau a bordo de pequenos dóris. Esta é uma experiência interativa e imersiva que pretende recriar a pesca à linha num dóri.

Na sala Frota Branca, revive-se a memória lendária da ‘white fleet’, através de uma recriação do Creoula, e de histórias como o trabalho a bordo e o enquadramento sociopolítico das tripulações na era dourada da pesca do bacalhau. Ouve-se, em discurso direto, testemunhos únicos de pescadores sobre os momentos épicos e dramáticos que a pesca do bacalhau implicava. Destaca-se ainda, na Propaganda, a forma como o Estado Novo difundiu e manipulou além-fronteiras este tema.

No Piso 1, fala-se sobre a tradição alimentar do bacalhau do Atlântico e o nascimento do mito do Fiel Amigo. Sentamo-nos à mesa, na Degustação virtual, para assistir à forma como o bacalhau entrou na nossa gastronomia, na nossa cultura e na nossa sociologia. Na sala Bacalhau 20.20 fala-se sobre a reinvenção cultural do bacalhau, a pesca na atualidade, a reinvenção gastronómica do bacalhau e a sustentabilidade ambiental.

O Centro Interpretativo da História do Bacalhau oferece ainda ao visitante um conjunto de experiências interativas, como desafiar-nos a contribuir com uma receita inédita de bacalhau, sermos fotografados a bordo de um dóri, sentirmos a textura de um bacalhau ou consultarmos a Enciclopédia do Bacalhau, certificada pela Confraria Gastronómica do Bacalhau.

Na entrada do Centro Interpretativo da História do Bacalhau existe uma Mercearia, onde está localizada a bilheteira e vários espaços para venda de artigos alusivos ao bacalhau, dois deles em parceria com a Lugrade e a Terra do Bacalhau, empresas especializadas em bacalhau da Islândia e da Noruega.

Este espaço ocupa o Torreão Nascente do Terreiro do Paço e inclui zona de corte e venda de bacalhau, zona de estar com livraria e zona de degustação de petiscos.

O Centro Interpretativo da História do Bacalhau integra também o Restaurante Terra Nova (antigo Populi) um restaurante temático onde o bacalhau é o protagonista da ementa.