Cidadãos europeus e americanos têm intenção de viajar este inverno

A maioria dos cidadãos na Europa e nos Estados Unidos têm uma clara intenção de viajar este inverno. Esta é uma das conclusões de um estudo da Allianz Partners que analisa as tendências dos consumidores em todo o mundo relativamente às viagens de inverno.

Dentro desta forte intenção de viajar, o turismo local é o tipo de escapadela preferida. No caso dos italianos, 65% têm a intenção de fazer turismo no próprio país, tal como os espanhóis com 63%, seguidos pelos franceses (42%) e pelos americanos (57%), que têm a intenção de renunciar às viagens internacionais em detrimento das viagens dentro do seu próprio país. A tendência entre países sugere que o regresso às viagens internacionais este inverno será recebido com precaução por muitos viajantes, aponta o estudo.

“Analisamos há muitos anos as tendências de viagens para as férias de verão em todo o mundo, e, dada a situação atual, é importante valorizar outros momentos-chave, como as viagens de inverno”, refere Miguel Mello do Rego, CEO Allianz Partners Portugal, acrescentando que “este estudo apresenta uma análise multimercado das mudanças na procura de viagens e nas intenções de viagens após a pandemia de Covid-19”. Para o responsável, “compreender os fatores que influenciam as decisões sobre as viagens individuais é essencial para a planificação do turismo em tempos incertos e permite-nos responder às necessidades e preferências em constante mudança dos consumidores e promover a confiança dos viajantes no futuro”.

Enquanto a maioria dos entrevistados planeia viajar este inverno, o estudo revela que as escapadelas de inverno são mais importantes para espanhóis (71%), italianos (68%) e americanos (66%). O Reino Unido é o único outro país onde a maioria da população diz que as férias de inverno são importantes. Em comparação, para os franceses (42%), os holandeses (45%), os austríacos (46%) e os suíços (49%) as férias de inverno são menos importantes. Os holandeses também registaram uma alta percentagem por considerar as férias de inverno sem importância (27%). Na Áustria, 61% dos inquiridos pretendem viajar este inverno, com um em cada quatro inquiridos a planear fazer uma viagem para o estrangeiro. 25% dos inquiridos indicaram estar condicionados pela evolução da pandemia, considerando-o motivo suficiente para não fazerem planos de viagem.

De acordo com o estudo, as perspetivas de viagens para o estrangeiro são mais positivas nos países com menos extensão e com menos população, dentro da amostra escolhida. A Suíça lidera a lista com 38% dos inquiridos com intenção de viajar para o estrangeiro durante os meses de inverno. Embora os holandeses não vejam as viagens de inverno como a sua principal prioridade, contam com a segunda percentagem mais alta no que respeita aos planos de viajar para o estrageiro, com 31%. Já os países com a percentagem mais reduzida são França (15%) e os Estados Unidos (18%).

Turistas americanos planeiam gastar três vezes mais do que os italianos

Os americanos pretendem gastar mais nas férias de inverno com 2.993€. Este preço, segundo a análise, pode estar relacionado com o custo do transporte, uma vez que as viagens geralmente exigem o uso do avião para se deslocarem. Os britânicos têm o segundo maior orçamento com 2.216€, com uma percentagem relativamente alta de britânicos que pretendem viajar para o estrangeiro. No extremo oposto, o menor orçamento para viagens de inverno é verificado na Itália (764€) e em Espanha (932€), onde as viagens podem ser feitas facilmente de comboio ou carro.

Em todos os países inquiridos, são identificados três motivos principais para não viajar: “as férias de inverno não são importantes, o desejo de poupança e a preocupação com a pandemia”. Na Alemanha, a preocupação com a atual crise sanitária é a principal razão para não planear férias este inverno (30%), em comparação com apenas 13% dos entrevistados franceses. A pandemia também é uma questão-chave para os britânicos, com 27% dos entrevistados a encará-lo com um impedimento para viajar.

Para além disso, o estudo aponta que poupar dinheiro é o principal motivo para não viajar para os italianos (29%) e americanos (23%), enquanto 26% dos espanhóis irão abdicar das suas férias devido à economia.

Para a maioria dos entrevistados, a combinação da vacina e a flexibilidade na contratação das viagens oferece garantias suficientes para viajar. A vacinação é o principal cuidado tomado por todos, principalmente austríacos (64%), espanhóis (63%), italianos (60%) e britânicos (55%). Os britânicos por sua vez, dão mais importância ao seguro de viagem (39%), seguidos pelos holandeses (30%) e pelos espanhóis (25%).