Clever recorre à tecnologia para materializar compromissos de sustentabilidade da hotelaria

Apesar da sustentabilidade estar, por muitas razões, interligada com as questões ambientais, a sustentabilidade dos negócios é algo de que já se fala desde 1950: temos agora a oportunidade urgente e interessante de ligar os critérios ESG (Environmental, Social, and Governance), que unem a sustentabilidade do negócio, com as métricas que vão medir toda a questão ambiental, social e de governance”.  Quem o diz é Luís Brites, CEO da The Clever Hospitality Analytics, considerando que a tecnologia tem e terá cada vez mais um papel importante para apoiar a hotelaria na materialização das práticas e propósitos sustentáveis.

O responsável, que falava no painel “O grande desafio da gestão sustentável”, no XVIII Congresso Nacional ADHP (Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal), que decorreu na Escola de Hotelaria e Turismo de Vila do Conde, de 31 a 2 de abril, centrou o seu discurso na importância da tecnologia, lembrando que, nos dois anos marcados pela pandemia da Covid-19, as empresas tecnológicas que trabalham diretamente para a hotelaria souberem estar presentes a todos os níveis, nomeadamente no “fornecimento de soluções que desmaterializaram muito processos”, garantindo “mais segurança aos turistas e profissionais” e, consequentemente, que “a operação não fosse tão afetada”.

É precisamente no fornecimento de soluções e com o propósito de materializar os compromissos com que cada empresa hoteleira está comprometida que a Clever Hospitality Analytics está a desenvolver um software que automatiza os processos de sustentabilidade da hotelaria: “Falamos de intenções fantásticas, urgentes e necessárias, mas se não soubermos reunir dados e ter métricas para os avaliar, um repositório para as várias componentes que devemos reunir numa plataforma e, depois reportar e, de uma forma mais ou menos justa, medir o que é que cada uma das empresas está a cumprir, então falamos de meros propósitos e intenções, e não passamos disso”.

É com o objetivo de criar uma plataforma que consiga materializar os processos em algo muito concreto que a empresa se tem centrado, dando a origem a uma primeira versão: “Quisemos ter na plataforma várias componentes, os responsáveis de cada tarefa, os objetivos, em que tempo tenho de o fazer, como é que o conjunto de dados são validados ou como estamos em função dos nossos objetivos de sustentabilidade, face àquilo que a empresa se propôs”, exemplifica. E com base nestes critérios, assegurar um “dashboard de comportamentos” e um “report” de sustentabilidade que pode ser alvo de vários tratamentos: “Na prática, é uma plataforma que vai massificar e tornar as necessidades que as empresas têm iguais e equitativas”. No entender de Luís Brites, é fundamental existir um “critério equitativo, justo e massificado” que tenha o “rigor dos dados e a sua transformação”, até porque as unidades hoteleiras são todas diferentes. Disponível para todo o setor, esta é a “primeira versão” da plataforma de software, mas seguir-se-ão outras, à medida que os processos se vão materializando em números, dados e relatórios.

“Atrair Talento, Recuperar o Setor, Planear o Futuro” foi o mote do 18.º Congresso da ADHP que, ao longo destes dias, discutiu a atualidade e o futuro da hotelaria e do setor turístico.