Congresso ADHP: “Estamos disponíveis para trazer uma nova forma de olhar para a legislação laboral do setor”

Começou hoje, dia 30 de março, no Algarve, o XIX Congresso da ADHP, associação que celebra em 2023 os seus 50 anos de existência. Fernando Garrido, presidente da Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal, fez questão de lembrar que o evento conta com um total de 670 inscrições, sendo o maior número de congressistas de um congresso da ADHP até à data. Presentes também estão perto de 200 alunos e professores do ensino superior e de Escolas de Hotelaria e Turismo do Turismo de Portugal, uma prova, explica o dirigente associativo, de que “a ADHP tem assumido, nos últimos 10 anos, um caminho claro não só de apoio à classe dos diretores de hotéis mas também de preparação do futuro, criando uma proximidade estreita com a academia”.

“a ADHP tem assumido, nos últimos 10 anos, um caminho claro não só de apoio à classe dos diretores de hotéis mas também de preparação do futuro, criando uma proximidade estreita com a academia”

No discurso da sessão de abertura, Fernando Garrido enfatizou todo o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela associação que dirige desde abril de 2022, e que passa, por um lado, pela dignificação da profissão de diretor hoteleiro. Por outro lado, recordou o “nosso maior problema”, a ausência de recursos humanos. “Este é um setor que é feito de pessoas para pessoas”, explicou, acrescentando que já no VII Congresso da ADHP esta problemática esteve em cima da mesa e “nunca esteve tão atual como hoje”. Isto porque “continuamos a deparar-nos com uma escassez de recursos humanos que põe em causa a operacionalização das unidades que dirigimos e que, este no, será menos compreendido pelo nosso cliente face ao ano transato”.

“continuamos a deparar-nos com uma escassez de recursos humanos que põe em causa a operacionalização das unidades que dirigimos e que, este no, será menos compreendido pelo nosso cliente face ao ano transato”

Trata-se de um problema sentido não só pela hotelaria mas pelo turismo em geral, apontou o presidente associativo, atribuindo-o, por um lado, às remunerações desajustadas mas também a formas menos claras de comunicação dos benefícios aos colaboradores. Fernando Garrido alertou: “Não nos podemos esquecer que estamos num mercado concorrencial no qual a mão-de-obra é altamente reconhecida e valorizada até por outros setores”. Daí, referiu, a necessidade de tornar as profissões novamente atraentes, dignificando os profissionais e as respetivas profissões que exercem. Por isso, avançou, “não podemos continuar a remunerar profissionais com base em categorias profissionais inexistentes”.

“não podemos continuar a remunerar profissionais com base em categorias profissionais inexistentes”

O orador abordou ainda a aposta na formação como sendo fundamental e referiu que a ADHP tem assumido um papel de relevância no contributo para o aumento da qualificação dos profissionais.

“a função de diretor de hotel é altamente especializada e ampla, em termos de responsabilidade e competência, sendo o garante da qualidade das unidades hoteleiras e, consequentemente, do sucesso do turismo”

Por fim, Fernando Garrido deixou um repto à audiência que estava hoje presente no Palácio de Congressos do NAU Salgados Palace: “Enquanto associação profissional estamos disponíveis para, com a nossa experiência, trazer uma nova forma de olhar para a legislação laboral do setor”. O responsável esclareceu que “a função de diretor de hotel é altamente especializada e ampla, em termos de responsabilidade e competência, sendo o garante da qualidade das unidades hoteleiras e, consequentemente, do sucesso do turismo”.

Por Inês Gromicho, no XIX Congresso da ADHP, no Algarve