Congresso ADHP: Obras no aeroporto de Lisboa arrancam ainda este ano, garante ANA

O administrador da ANA – Aeroportos de Portugal, Francisco Pita, foi um dos oradores do painel “Importância da aviação no destino” durante o XX Congresso da ADHP (Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal) e esclareceu que as obras no aeroporto Humberto Delgado deverão arrancar no último trimestre deste ano, sendo que “o concurso para a empreitada vai ser lançado nas próximas semanas”.

A primeira fase desta obra, que permitirá “melhorar a operacionalidade, aumentando os números de estacionamento”, “deverá estar concluída até ao final de 2026″.

“Vamos ter mais 10 posições de contacto com a criação do novo Pier Sul, com cerca de 33 mil metros quadrados de construção, que vão ter um impacto muito importante a nível do conforto dos passageiros. Vai também ter um contributo muito grande na redução das nossas emissões de carbono, pois com estas 10 posições junto ao terminal vamos evitar uma quantidade enorme de movimentos de autocarros, de equipamentos de placa entre o terminal e as posições remotas”, esclareceu Francisco Pita.

Face a esta afirmação, Sofia Lufinha, vogal do conselho de administração da TAP, evidenciou que “o aeroporto de Lisboa não é eficiente” e “tudo o que seja para melhorar é melhorar a experiência do passageiro e é melhorar a eficiência”. “Ainda assim, a capacidade é o que é. Vamos conseguir melhorar um bocadinho, mas crescimento não vai ser através do aeroporto de Lisboa, portanto tem de se ter mais criatividade para fazer algo diferente”.

António Moura Portugal, diretor executivo da RENA – Associação das Companhias Aéreas em Portugal, disse que “se o aeroporto está em obras há muito tempo, o que nós companhias contestamos é a prioridade. A ANA, assim que ganhou a concessão, a prioridade dada foi às obras na parte comercial”. O responsável ainda relembrou que “estas obras estão a acontecer porque houve uma resolução do Conselho de Ministros que obrigou a ANA a fazer as obras” e, por isso, “que fique claro que a prioridade da ANA não foi a eficiência da infraestrutura para os operadores”, estes que “estão a operar numa infraestrutura limitada”.

O diretor executivo da RENA também trouxe à mesa que a aviação é “um setor onde a concorrência é global, e Portugal, como destino, concorre com outros”. Dando exemplos como a KLM, Air France e Lufthansa, que viajam há décadas para território nacional, António Moura Portugal frisou que “não podemos dar por adquiridos estes players e não podemos dar por adquirido que eles continuarão a voar para cá com as mesmas frequências e com o mesmo nível de aviões”. Assim, “façamos do nosso país um destino procurado, onde não haja obstáculos, que não haja limitações a essa capacidade, que pelo menos não nos coloquem numa posição de desvantagem competitiva”.

O XX Congresso da ADHP decorreu no Centro de Congressos de Aveiro, durante os dias 21 e 22 de março, e regressa no próximo ano com localização ainda a definir.


Por Diana Fonseca, no XX Congresso da ADHP, em Aveiro

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