Congresso AHP: Carlos Carreiras defende que parte da taxa turística seja para a segurança

Fernando Medina e Carlos Carreiras foram dois dos oradores de um dos painéis do 30.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, promovido pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP). O evento, que decorre desde ontem e termina hoje, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, tem como objetivo debater o futuro do turismo.

Painel 3

Num painel dedicado às “Tensões, conflitos e oportunidades”, um dos temas debatidos foi a taxa turística. Para o autarca lisboeta, não há “inconveniente”. Fernando Medina diz que “é bom termos mais turistas” e que é necessário “criar mais condições” e “adaptar a cidade em todas as direções” por forma a acolher “este rápido crescimento do turismo. Não podemos deitar riqueza fora”, alerta. Para explicar esta transformação, o presidente da área metropolitana de Lisboa referiu a luta, em 2014, “para conseguir acelerar os projetos de investimento da cidade. Passados quatro anos, parece que o país esqueceu tudo aquilo que vivemos e agora parece que está tudo a dizer que temos riqueza a mais”.

“Nós estamos a viver um processo de mudança muito rápido”, sendo que “o trabalho de adaptação e construção dos instrumentos” para a sustentabilidade do setor “tem sido num ritmo mais acelerado do que em outros destinos”.

No entanto, Fernando Medina considera “um erro” fazer do turismo a causa do aumento do preço das habitações. Para o autarca “após crises económicas, é normal existir uma taxa de inflação nas habitações”, sendo este um “fenómeno transversal”.

Por sua vez, Carlos Carreiras, afirma que Cascais tem “objetivos. Acompanhamos Lisboa”. O presidente da Câmara de Cascais reafirmou a promessa de acompanhar Lisboa na aplicação da taxa turística. “Trata-se de uma medida que vai estar no Orçamento Municipal de 2019”, adianta.

No entanto, a taxa turística “não deve ser metropolitana. Existem respostas e ofertas diferentes de municípios para municípios”. Citando o exemplo de Cascais, o autarca diz que “o turista que é chamado a pagar a taxa, tem uma retribuição direta” como entradas em museus e, mais recentemente, facilidade na mobilidade dentro do concelho.

Caracterizando o município, Carlos Carreiras considera Cascais “muito cosmopolita. 80% das nacionalidades do mundo residem em Cascais”, refere o presidente que afirma que “não temos estrangeiros: todos são considerados como sendo parte da nossa comunidade”. A inclusão de todos, não distinguindo “quem vem de fora de quem fica”, é no entender do autarca, uma forma de adaptação às “cidades com este crescimento”.

Carlos Carreiras refere a necessidade de ser reforçada uma “matéria-prima” dentro da oferta turística: a “segurança”. Segundo o presidente da Câmara de Cascais, “uma parte da taxa turística” deve ser destinada a esta área. “Esta é uma matéria que está a passar fora da agenda política. Não podemos perder o lugar de sermos o 4.º país mais seguro do mundo”, concluiu.