Congresso AHP: Fidelizar o cliente e os colaboradores são os desafios a colocar em cima da mesa

Se a retoma da atividade turística marca a viragem da evolução da atividade económica no país, são várias as novas as realidades às quais é preciso que o mercado esteja atento e atue sobre elas. Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, durante o 32º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, abordou esta temática.

De acordo com o responsável, atravessámos um ano e meio de transição em que se criaram novos desafios face ao que já tínhamos. “É importante respondermos a isto. Todos nós neste ano e meio recebemos clientes diferentes, com necessidades diferentes e temos de responder a isso”. Para Luís Araújo, o foco deve aumentar sobre o cliente, “nunca esta adaptação ao que o cliente quer foi tão essencial. Do ponto de vista da reserva à oferta do produto”. Como pode ser isto feito? Para o responsável do Turismo de Portugal, “isto passa por aquilo que oferecemos na nossa empresa, mas também pelo que oferecemos no território, as Câmaras têm que se adaptar, o calendário de eventos tem que se adaptar. É completamente diferente organizar ou coordenar um programa para o segmento x ou para o segmento x + y. Temos de ter essa abertura de espírito. O Turismo de Portugal está preparado para isso e está a fazê-lo nos últimos tempos”. Adianta o orador que “acompanhámos mais de 500 mil pessoas ao longo do último ano e meio em webinares, tanto com stakeholders exteriores como nacionais, precisamente para alertar para esta situação. Para a importância de flexibilizar a nossa atuação”.

Para Luís Araújo, “necessitamos de adaptabilidade, focar no cliente e saber o que ele quer, e hoje chegamos muito mais longe”. E refere que o Turismo de Portugal atingirá 170 milhões de pessoas através das suas campanhas, todos os anos. “Temos mercados que muitas vezes nem fazemos campanhas, mas chegamos de forma orgânica”, afirma.

Sendo assim, para o presidente do Turismo de Portugal, “essa mensagem de que temos um propósito claro em receber bem e respeitar as diferenças, de que sabemos prestar uma experiência muito positiva, é o essencial nos dias que correm. Se conseguirmos esta coordenação, flexibilidade, esta fidelização do cliente externo , mas também do cliente interno e principalmente esta aposta na sustentabilidade de transformação que é difícil, que vai custar, vamos conseguir um destino turístico muito mais sustentável”. Adianta o orador que “temos relatórios de avaliação da marca Portugal nos 10 principais mercados com quem trabalhamos” com resultados positivos, sendo que “há uma perceção que temos o terreno arado, que se lançarmos qualquer coisa, ela cresce.”.

Numa outra vertente, ao nível dos recursos humanos, Luís Araújo considera que “temos de começar a falar da fidelização interna, em como conseguimos fidelizar as pessoas que trabalham connosco, isso faz-se de três formas: a primeira tem a ver com a demografia, temos de atrair e trazer mais pessoas para Portugal, pois a transição tecnológica não vai passar tudo para as máquinas”. Para Luís Araújo, a atratividade do setor tem de aumentar ao nível dos recursos humanos
, o setor “tem de ser mais atrativo ao nível de benefícios, flexibilidade, percebendo que cada geração tem as suas necessidades e responder”. Ainda nesta vertente, considera o responsável que um terceiro vértice de atuação deve incidir na qualificação e formação. Acredita o responsável que “o Turismo de Portugal está muito envolvido na formação e captação a todos os níveis, também para o toda a pirâmide do setor”. Mas, “temos de mudar a nossa maneira de agir, em cada empresa, com cada colaborador. A formação dentro da empresa tem de ser feita numa ótica do que é a valorização para ele, paralelamente ao benefício que traz para a empresa”, acrescenta o responsável.

Na sua intervenção, o responsável adiantou ainda que “temos (Turismo de Portugal) muito interesse nas companhias aéreas. A retoma do ponto de vista da conectividade aérea está a caminhar bem, estamos com 80 a 90% da capacidade daquilo que tínhamos em 2019 para o próximo inverno. Temos alguns números que até ultrapassam estas previsões. Há indicadores positivos, estamos no bom caminho”.