Congresso AHP: SET admite “refrescar” Estratégia Turismo 2027 e repensar questão da governança

No discurso de encerramento do 31º Congresso Nacional da Hotelaria, em Viana do Castelo, Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, afirmou que sem prejuízo de “termos uma Estratégia Turismo 2027 que se tem afirmado como um instrumento de sucesso (…) é necessário refrescar o documento, até porque muitas das metas foram já atingidas ou estão prestes a sê-lo”. E, quando esse exercício de avançar, a nova governante garantiu que, sem alterar o ADN do documento, é importante “repensar a questão da governança”, um dos temas abordados ao longo do congresso promovido pela AHP. Este é pois um dos desafios assumidos por Rita Maques para esta legislatura. A responsável esclarece que “há muitos atores no sistema, peças de uma engrenagem que se pretende potente, eficiengte e, acima de tudo, eficaz”. Quer por isso tentar perceber “como podemos otimizar estas várias peças para que, amanhã, tenhamos um motor ainda mais potente”.

A secretária de Estado do Turismo apontou um total de cinco desafios, começando por realçar a importância de garantir uma boa gestão das infraestruturas que temos, uma preocupação que a responsável assume ser tripla: em primeiro lugar, no sentido de capacitar os agentes que as gerem, introduzindo “novos modelos operacionais que possam traduzir-se numa maior eficiência”; em segundo lugar, trabalhando continuamente com os operadores que as utilizam, no sentido de garantir que as rotas que temos são as corretas, “de modo a garantir que os recursos sem direcionados para as rotas que de facto trazem os turistas com o poder de compra adequado para a experiência que conseguimos disponibilizar”; e, por último, trabalhando com os governantes que “têm como missão a melhoria constante dessas infraestruturas”.

Outro grande desafio apontado por Rita Marques prende-se com a necessidade de investir continuamente na valorização da oferta, referindo-se ao anúncio do reforço da Linha de Apoio à Qualificação da Oferta, feito ontem por Pedro Siza Vieira, ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, na cerimónia de abertura do congresso. “estamos empenhados em continuar a utilizar este instrumento para garantir que os empresários possam encontrar aqui uma ferramenta útil para termos melhor oferta”, sublinhou a secretária de Estado do Turismo. Mas relembrou que “temos de trabalhar em rede”, ou seja, “região a região, apostando nas diferenças mas também na coesão territorial, que tem de ser uma prioridade”.

Por outro lado, a governante fez questão de sublinhar também o desafio de “continuar a garantir que os nosso empresários têm capacidade de investimento”. Além do enquadramento fiscal, a responsável pela pasta do Turismo do atual Governo sublinha que “temos que continuar a trabalhar em identificar instrumentos que permitam a capitalização das empresas para que possam de uma forma saudável continuar a investir nos seus negócios, não só em Portugal mas também no estrangeiro”. E adiantou que deve ser feito um esforço, em conjunto com o AICEP, no sentido de “capitalizar as nossas empresas estimulando instrumentos juntamente com agentes intermédios financeiros que ajudem as empresas a terem capacidade de investir não só cá dentro mas também lá fora”.

Por fim, o último desafio para esta legislatura serão os recursos humanos, um tema que ao longo do congresso da AHP foi também bastante abordado e que Rita Marques fez questão de realçar dizendo que “trabalharemos no sentido de mitigar a fragilidade que ainda nos assalta no que toca à quantidade dos recursos humanos”, procurando valorizar as carreiras adstritas ao turismo e apostando em todos aqueles que não estando no setor possam ser reaproveitados e reorientados para o turismo. Por outro lado, a nível da qualidade, o Governo compromete-se a continuar a trabalhar na capacitação dos jovens e menos jovens, “sempre numa perspetiva de valorização de carreira, garantindo que os empresários possam ter os recursos humanos possíveis melhor capacitados”.