Congresso AHP: Vítor Costa garante que “não existe um problema de turistificação em Lisboa”

Vítor Costa, presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa e diretor-geral da Associação de Turismo de Lisboa (ATL), começou por agradecer à AHP a escolha da capital para acolher o seu 30º Congresso Nacional, que começou hoje, no Pavilhão Carlos Lopes, considerando esta uma oportunidade “muito importante” para “falar na região de Lisboa”.

O presidente do Turismo de Lisboa discursou antes do painel sobre “Tensões, Conflitos e Oportunidades nas Áreas Metropolitanas” — a incidir sobre temas tais como a turistificação, gentrificação, capacidade de carga e cidades HUB — e defendeu que “alguns destes temas têm sido utilizados pelos detratores do Turismo como verdadeiras armas de arremesso”, danificando a reputação de Lisboa.

Vítor Costa assegura que “não existe um problema de turistificação em Lisboa, a capacidade de carga da região está muito longe de se esgotar e a gentrificação dos centros históricos já vem de décadas”, acrescentando que se o Turismo diminuir esses alegados problemas só se irão agravar.

O responsável caracteriza a região de Lisboa como detentora de “recursos turísticos extraordinários, uma marca extremamente forte e, simultaneamente, por ter uma distribuição não uniforme do turismo”.

Na sua opinião, existem duas estratégias possíveis: seguindo a ideia de que “Lisboa seca tudo à volta” poderá desviar-se o turismo para outros destinos – numa perspetiva “Robin dos Bosques” -, uma opção que se tomou durante décadas e que “falhou redondamente, reforçando o que se pretendia combater”. Ou, por outro lado, aproveitar e reforçar a “atratividade da marca Lisboa” que tem tido melhores resultados.

Vítor Costa garante que existe uma “nova oportunidade para o desenvolvimento desta estratégia agora com melhores condições” e são elas a concretização do Aeroporto do Montijo e as melhorias do Aeroporto de Lisboa, “sem os quais não só estagnaremos mas entraremos em crise”, a melhoria do transporte público e, por fim, o investimento privado. “Sem oferta não vale a pena estimular a procura. Sem alojamento e sem outros serviços não há Turismo”, termina.