Congresso APAVT: “As agências de viagens são uma das chaves para a recuperação da TAP”

Silvia Mosquera, CCRO da TAP Portugal, durante o 46º Congresso APAVT – Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, que termina hoje em Aveiro, abordou a estratégia comercial da companhia e fez notar que conta com a parceria do setor turístico. Por outro lado, também considerou que a companhia tem muito trabalho pela frente: “temos de melhorar as vendas, aumentar a experiência do cliente e reduzir custos”.

Relativamente ao momento atual da TAP, Silvia Mosquera adianta que “estamos otimistas. Prevemos que o Plano de Reestruturação esteja aprovado antes do final do ano. Pensamos que possa ser como uma prenda de Natal para a TAP e para Portugal, pois é uma empresa muito relevante para o país. Estamos já a implementar esse plano de reestruturação com a ideia de que vai ser aprovado”.

Relativamente à estratégia comercial da TAP, a responsável que lidera esta área indica que “temos de melhorar as vendas, aumentar a experiência do cliente e reduzir custos. Na experiência do cliente, reconheço que a experiência do serviço do call center não é boa, estamos conscientes disso. Estamos a desenvolver o D Costumer Center, para que toda a consulta de informação possa ser feita pela web. Estamos a reformular todos os processos no aeroporto e on board para melhorar a experiência do cliente”.

Em outra vertente, “do ponto de vista das vendas e impulsionado pela pandemia, tivemos um aumento da procura pela área digital”, indica a responsável. Acrescenta ainda que “temos a nossa página Fly TAP que é muito importante para a companhia pois a maioria das nossas vendas são por esse canal através das agências de viagens. As agências são uma das chaves para a recuperação da TAP, estamos em reuniões para entender como podemos trabalhar juntos para que o cliente voe com a TAP. Já alterámos as condições para a operação turística. O importante é escutar as agências e percebermos como podemos adaptar o nosso produto para juntos trabalharmos melhor”. Mas, alerta Silvia Mosquera que “não vamos estar sempre de acordo, isso é claro”.

A evolução do negócio da companhia também foi abordada pela responsável. “Desde setembro que assistimos a um crescimento muito grande na procura e nas vendas. A abertura de fronteiras com os EUA e o Brasil ajudou muito. Vínhamos numa evolução muito positiva. Em novembro aumentámos a capacidade de voos, operando cerca de 80% da capacidade que operámos em 2019”, indica a responsável. De acordo com Silvia Mosquera, “o mercado doméstico e étnico foram os primeiros a recuperar. Quanto ao corporate aguardamos que ocorra no próximo ano. Estas eram as perspetivas antes do aparecimento da nova variante de Covid19”.

Mas o momento atual, no contexto da nova variante Ómicron, coloca a transportadora em outro cenário. “Atualmente assistimos a um estancar das reservas, temos estado a cancelar voos, também tivemos que cancelar os voos para Marrocos e Moçambique. não são boas notícias, para nós como companhia aérea, nem para os passageiros”, conclui a responsável.