Congresso APAVT: Em fim de mandato, Rita Marques «reencontra-se» com o setor

Com um discurso marcado pela palavra reencontro não deixou de fazer parte do mesmo a palavra melancolia. No encerramento do 46º Congresso APAVT – Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, que decorreu em Aveiro, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, em final de mandato, afirma que apesar do setor turístico estar cheio de cicatrizes, a verdade é que cada uma destas significa uma prova superação.

A responsável, no seu discurso, enfatizou o trabalho e papel da direção da APAVT, “muito atenta, cuidadora, trazendo uma nota de apaziguamento para todos os associados que encontram na associação uma voz madura” onde se revela uma maturidade atingida e uma “abordagem muito leal”. Relativamente à Confederação do Turismo de Portugal, a secretária de Estado do Turismo destaca “a voz ativa, assertiva e combativa” que esta e os seus associados dão ao setor.

Numa espécie de discurso de despedida do setor, Rita Marques, falou dos vários reencontros que representaram o 46º Congresso da APAVT, “de muitos, mas não é de todos, perdemos alguns”. Lembrou da mesma forma a responsável “que perdemos também algumas empresas, postos de trabalho, ou seja, este é um reencontro feliz, mas também de alguma melancolia”.

Refere a secretária de Estado do Turismo que “esta pandemia trouxe impactos brutais para o setor em 2019 tivemos, ao nível de resultados líquidos do setor mais mil milhões de euros, em 2020, 1,5 mil milhões negativos”.

Rita Marques recorda que continuam ativos para as empresa o Apoio à Manutenção do Emprego e a Linha de Apoio do Turismo, com 150 milhões, para tesouraria e investimento, indicado para agências de viagens que não conseguiram aceder à linhas dos vouchers. Pois esta linha “permite que as empresas que tivessem capitais negativos em 2019 os possam corrigir e possam então aceder a esta linha de modo a garantir o estorno dos valores relativos aos vouchers; esta era uma condição que estava vedada na linha dos vouchers.” Esta linha também viabiliza plafonds majorados para as agências de viagens.

De acordo com Rita Marques, só 75% das agências de viagens se socorreram até ao momento das várias linhas de apoio disponibilizadas, “o que não deixa de ser de alguma forma desconcertante”.

Considera também a secretária de Estado do Turismo que “se este é um momento de um grito de alerta da necessidade de mais apoios para o setor, este também é um momento de cicatrização e de regeneração para o setor”.

A responsável destacou ainda o papel que Portugal tem ao nível da liderança no contexto internacional no que diz respeito ao turismo, salientando que as empresas estão capacitadas e prontas para responder à procura cada vez mais exigente: “Só temos apenas uma incógnita: Quando a procura surgirá em escala?”.