#Congresso APAVT: “Fazer bem dá muito trabalho: exige competência, espírito de equipa, capacidade de diálogo e lealdade”

Começou hoje, dia 8 de dezembro, em Ponta Delgada (Açores), o 47º Congresso da Associação portuguesa das Agências de Viagens e Turismo. Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, abriu o evento chamando a atenção para os muitos desafios que o setor das agências de viagens tem pela frente, lembrando que “fazer bem dá muito trabalho, exige competência, espírito de equipa, capacidade de diálogo e lealdade”.

O dirigente associativo afirmou que um dos primeiros desafios que o atual responsável governativo pela pasta do turismo terá de dar resposta será o de “dar seguimento, fazendo,” à promessa da nova tranche do apoiar.pt.

Dirigindo-se ao novo secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, que também marcou presença no congresso naquela que foi a sua primeira deslocação oficial em funções, o orador não deixou primeiro de elogiar “o trabalho absolutamente excecional” da anterior secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, que “esteve ao leme no momento mais difícil das nossas vidas empresariais”. O dirigente associativo afirmou que um dos primeiros desafios que o atual responsável governativo pela pasta do turismo terá de dar resposta será o de “dar seguimento, fazendo,” à promessa da nova tranche do apoiar.pt. Lembrando que 2020 e 2021 levou a que as agências de viagens perdessem “mais de seis anos de resultados”, Pedro Costa Ferreira frisou que “a fragilidade, e a necessidade, são imensas”.

apontou para o facto de os processos de recapitalização para as pequenas e médias empresas, bem como das grandes, terem falhado “de forma contundente”, pelo que defende que se consiga prorrogar, para quem necessite, o pagamento do serviço da dívida contraída ao longo da pandemia,

Por outro lado, apontou para o facto de os processos de recapitalização para as pequenas e médias empresas, bem como das grandes, terem falhado “de forma contundente”, pelo que defende que se consiga prorrogar, para quem necessite, o pagamento do serviço da dívida contraída ao longo da pandemia. Recordou, para isso, que as dívidas contraídas se deveram ao facto de os apoios terem sido insuficientes sendo que “que bastará alargarem os restantes processos de empréstimos o excelente exemplo que tem dado o Turismo de Portugal”.

O presidente da APAVT abordou ainda a questão da nova diretiva das viagens organizadas, apelando a que, num trabalho a nível da esfera europeia, esta não saia “ainda mais desequilibrada ao longo da cadeia de valor e ainda mais injusta para as agências de viagens”.

Para o responsável, esta liderança e competitividade podem estar em perigo sem que se “vislumbre um outro setor económico que dinamize o país, pela situação anacrónica, vergonhosa e incapacitante, das acessibilidades aéreas de Lisboa”.

Pedro Costa Ferreira sublinhou igualmente que, tal como o tema do congresso – “Fazer” – “urge realizar, na macroeconomia o crescimento, ao nível empresarial a produtividade e a recuperação económico-financeira, no turismo a manutenção da liderança económica em Portugal e a competitividade internacional”. Para o responsável, esta liderança e competitividade podem estar em perigo sem que se “vislumbre um outro setor económico que dinamize o país, pela situação anacrónica, vergonhosa e incapacitante, das acessibilidades aéreas de Lisboa”. O orador não hesitou em admitir que “não acreditamos numa decisão (para o aeroporto de Lisboa) em 2023” e, por isso, “não podemos acreditar numa solução que seja implementada nos próximos anos”. Daí que apelou ao que ainda “parece possível fazer”: as obras no aeroporto da Portela, que melhorem a operacionalidade e eficiência desta infraestrutura. E aos políticos deixou um pedido: “simplesmente deixem que as obras avancem”.

Dirigindo-se por fim, mas não menos importante, aos agentes de viagens, o presidente da APAVT, lembrando que foram eles que, no início da pandemia, repatriaram os portugueses; que durante a pandemia, reembolsaram os clientes em mais de 300 milhões de euros, endividando-se para isso; mantiveram as empresas vivas e os postos de trabalho dos seus colaboradores; e “foi connosco que o mundo voltou a viajar”. No regresso a uma normalidade, foram os agentes de viagens que enfrentaram pressões de tesouraria, para as quais a associação afirma ter chamado a atenção “desde o primeiro momento da crise”, e uma vez mais, “endividámo-nos também para isso”.

Pedro Costa Ferreira dá ainda conta do trabalho da associação que dirige, explicando que terminou um trabalho técnico com a EY, que será apresentado este sábado no congresso, e que olha para as diferentes opções estratégicas das agências de viagens. Além disso, pôs em marcha um processo de certificação das agências ao nível dos comportamentos sustentáveis. E é uma das sete associações europeias a integrar o projeto europeu Sustour, bem como o segundo país com mais empresas aderentes ao processo de certificação. Por fim, disponibilizou aos seus associados uma certificação a nível europeu, em conjunto com a Deco, no que diz respeito a comportamentos face ao consumidor, no âmbito dos seus direitos.

Por Inês Gromicho, no 47º Congresso da APAVT, em Ponta Delgada.