Congresso APAVT: Nova secretária de Estado do Turismo revela quatro desafios para a próxima legislatura

A nova secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, “estreou-se” no exercício das suas funções, intervindo na sessão de abertura do 45.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), a decorrer entre hoje e 17 de novembro, no Funchal. A responsável pelo pelouro do turismo revelou os quatro desafios que vão “nortear a navegação” da próxima legislatura.

Rita Marques começou por recordar que “o turismo tem vivido tempos extraordinários” graças à “parceria muito profícua público-privada”. A secretária de Estado do Turismo revela que em agosto deste ano registou-se um “crescimento ainda assinalável” no número de hóspedes (18 milhões) na ordem dos 7% e que Portugal conta, neste momento, com “três grandes e importantes mercados emissores”: os EUA, Espanha e Brasil, que crescem a dois dígitos.

No entanto, “não podemos ficar contentes com estes resultados” na medida em que nem todas as regiões do País conhecem este crescimento, ou seja, “numa lógica de coesão territorial só podemos desejar fazer mais e melhor”, adianta Rita Marques.

Desafios para a próxima legislatura 

O primeiro desafio, apontado pela secretária de Estado, são as infraestruturas — sejam elas aeroportuárias, marítimas ou rodoviárias — enquanto “porta de entrada de Portugal”. É necessário “fazer o esforço de gerir os recursos que temos mas saber geri-los de modo a trazer mais hóspedes para Portugal”, afirma, através da “melhoria contínua” dessas infraestruturas e da capacitação dos agentes responsáveis pela sua gestão.

Outros desafios são aumentar a estadia média (2,7 dias) no País, pois “Portugal tem muito para visitar e é importante que a oferta turística, a nível da hotelaria mas não só, também a oferta turística-cultural exista não só nas grandes cidades mas em outras geografias”, e atrair investimento através de um sistema fiscal mais “justo”.

Mas o maior desafio, segundo Rita Marques, são os recursos humanos: ” Fala-se da qualidade dos recursos humanos, da capacitação dos jovens e menos jovens, valorizando as carreiras. Mas a quantidade também é importante e temos que atrair jovens para estas profissões, capacitando em paralelo os que já estão connosco e capacitando os empresários que trabalham com estes recursos diariamente.”

A nova secretária de Estado do Turismo terminou a sua intervenção defendendo que é importante criar novos modelos de negócio e que “a inovação será sempre bem-vinda” mas que “o turismo é uma economia de vivências, de emoções, e portanto este é um negócio de e para pessoas. A hospitalidade de Portugal, essa sim, fará seguramente a diferença”.