Congresso da AHP com balanço positivo

O 26º Congresso Nacional de Hotelaria e Turismo terminou ontem, em Braga. Segundo Luís Veiga, presidente da AHP, e apesar de, mais uma vez o encontro ter provado que a hotelaria “tem ainda grandes desafios pela frente”, o&encontro termina com balanço positivo.De acordo com Luís Veiga, o primeiro painel, que teve como tema “Revitalizar o mercado interno”, lembrou que “não há turismo externo sem um mercado interno forte” e que é imperativo o alinhamento entre o sector público e privado. “Não é verdade que os privados não pensem no destino, mas é fundamental que haja ligação entre as entidades regionais, as agências, o Turismo de Portugal e os privados”, afirmou. Outro ponto que ficou claro neste painel foi que é preciso “olhar para a estratégia de promoção e comercialização dos nossos vizinhos espanhóis”.Do painel que se debruçou sobre a economia das empresas, Luís Veiga destacou o facto de a distribuição regional dos fundos estruturais impossibilitar o investimento nos dois principais destinos de Portugal continental: Lisboa e Algarve.&Segundo o responsável, o&Norte receberá 3,3 mil milhões de euros, Lisboa receberá 800 milhões de euros e o Algarve 300 milhões de euros. “Temos que pensar que migalhas vão sobrar para a requalificação de muitos hotéis no Algarve e o que vai ser necessário fazer em Lisboa”, alertou.Frisando que o financiamento do Banco de Fomento vai ser feito, em parte, recorrendo a “uma parcela significativa (cerca de 40%) das PO´s regionais, o presidente da AHP, afirmou que ainda resta saber se “estas candidaturas banda larga vão ser adaptadas à indústria hoteleira, sendo que sabemos já que há um lugar no Turismo de Portugal na administração do IFD”.Sobre o fenómeno do turismo urbano, discutido no terceiro painel, e que tem vindo a tornar-se claro em Portugal, principalmente em Lisboa e Porto, Luís Veiga afirmou que, estas duas cidades portuguesas “não estavam preparadas para um fluxo turístico tão elevado”. O peso do alojamento local em termos de dormidas e camas em Lisboa é superior já a 25%, colocando em causa o equilíbrio, tanto a nível de moradores como a nível dos serviços públicos essenciais”, afirmou.No que diz respeito aos desafios do mundo das redes sociais, a principal conclusão apontada pelo responsável prende-se com o facto de o “business inteligence” estar cada vez mais “associado às redes sociais permitindo&que as empresas consigam reagir em tempo real&a um comentário de um cliente, por exemplo&. No que se refere às tendências de futuro, Luís Veiga referiu que a hotelaria deve estar atenta às expectativas dos consumidores que são hoje em dia muito elevadas. Para além desta gestão de expectativas, “as marcas têm que ser mordomos servindo e realizando os desejos dos clientes não os fazendo esperar. Esperar deixou de ser natural”.Admitindo que não há ainda “um modelo standard para um restaurante de hotel”, o responsável sublinhou a importância deste sexto painel do Congresso. “O sucesso tem mais a ver, no nosso entender, do modo como o projecto é encarado desde o início. Aquilo que está em causa é competir com os restaurantes da rua e aí é que temos de dar o primeiro passo. Tal como num hotel, a localização e o ser aberto para a rua é fundamental” para o seu sucesso.No último painel “aprendemos que mesmo as grandes marcas estão segmentadas em razão de conceitos e de histórias que precisam de contar. Um hotel tem de ser um espaço de experiências”, concluiu.&Veja as fotografias do evento em&Ambitur Profissionais.&&Por Raquel Pedrosa Loureiro