Congresso da APAVT avança com tema pragmático: “Fazer!”

Chegou a hora de se fazer mais e diferente, apesar dos contextos globais, nacionais ou setoriais. “O que se tem de fazer: olhar para futuro”, indica Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), numa conversa com a imprensa turística, onde quis dar nota da preparação do 47º Congresso da APAVT, que se irá realizar de 8 a 12 de dezembro em Ponta Delgada, Açores. Para o responsável, é altura de se “Fazer!”, “a política tem de estar mais próxima da realização do que da preocupação em traçar cenários”, assim como a economia. Este é então o mote que se pretende para o tradicional congresso turístico que decorre a fechar 2022, mas a olhar para 2023.

Um das marcas que o Congresso quer deixar este ano é “ao nível da diversificação de produto”, indica o responsável, mas não só. Especificamente para as agências de viagens, a associação aposta numa maior participação na sessão exclusiva para as empresas do setor, assim como um conteúdo que permite dar continuidade à identificação “de um quadro diferenciador” para as empresas do setor. Incide este, e no âmbito do trabalho que a APAVT tem desenvolvido, “na certificação de sustentabilidade e no serviço ao cliente, onde se terá uma sessão de esclarecimento do projeto Checked by DECO e das vertentes contratuais e pré-contratuais com o cliente.” Para Pedro Costa Ferreira, há uma relação entre associação, empresas e colaboradores que está a ser fortalecida e, nestas vertentes, a APAVT está a ter um papel muito ativo.

Relativamente ao destino Açores, onde o Congresso se realiza, para o presidente da APAVT, esta será mais uma montra de visibilidade, assim como da consolidação do trabalho que tem sido desenvolvido no âmbito do destino turístico. O Congresso também irá manter a sua rede de network, proporcionando “um fortalecimento de relações entre profissionais.

Entre alguns dos nomes que estão presentes no Congresso destaque para: Carlos Guimarães Pinto, Siza Vieira, Nadim Habib, Luis Rodrigues, Álvaro Covões, Ribau Esteves, Catarina Valença, Margarida Almeida e Rodrigo Silva.

Considerando que a incerteza é total, Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, acredita que este ano significa para o setor atingir os valores conseguidos em volume de negócios antes da pandemia (2019). “Esta recuperação das agências de viagens é efetiva”, mas “sem grandes ganhos de rentabilidade, pois houve uma dinâmica de acerto de custos”, por exemplo, ao nível do preço do petróleo ou da taxa cambial com o dólar. Apesar de ainda faltarem três meses para o término do ano, o responsável não deixa de registar que alguns segmentos ainda estão aquém dos valores pré-pandemia, como o corporate e eventos, este último “a recomeçar mais tarde mas a ter boas surpresas com reservas de curto prazo para o último trimestre deste ano”.

Quanto às recentes notícias sobre o início de um processo de privatização da TAP, Pedro Costa Ferreira apenas refere que, “não fazendo comentários quanto à origem do capital da TAP, o futuro do nosso turismo”, como está construído, depende do hub do aeroporto, em Lisboa, e igualmente do hub da TAP, em Lisboa, estando estes dois fatores interligados. Sendo assim, o comentário é que a transportadora necessita de “estabilidade” e que siga os caminhos da recuperação.

Por fim, o dirigente associativo continua a lamentar-se pela falta dos apoios financeiros às agências de viagens, ainda no âmbito da pandemia, desde abril de 2021, algo a que teriam direito, no entender do setor. Fazendo a ressalva que os apoios do Turismo de Portugal terem sido traduzidos na prática numa regularização da atividade das agências de viagens, dos restantes apoios anunciados ao nível económico por parte do Governo nenhum serviu aos empresários de viagens, com exceção do Programa Apoiar, que acabou por ser redutor (só considerado até abril de 2021). Recorda Pedro Costa Ferreira que “as agências de viagens têm um papel importante nos resultados atingidos ao nível do turismo nacional, pois são quem traz grande parte dos turistas até ao nosso país”.

Para 2023, apesar de “a incerteza ser total” o presidente da APAVT refere que contarão com um mercado nacional menos robusto para o consumo, com incidência no verão, devido ao menor rendimento e menor poupança. Mas daqui poderão surgir oportunidades para “os destinos de proximidade, como a Madeira e os Açores”, com possibilidades acrescidas de ganharem quota de mercado, assim como “Portugal Continental”.

 

Por Pedro Chenrim