A temática “Hotel turnaround – from distressed to distinguished” esteve em cima da mesma em mais um painel do 34º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo que se realizou na semana passada no Funchal. Francisco Moser, Hospitality CEO da Arrow Global Portugal, gestora de ativos que detém a Whitestar, Norfin, Restart Capital, Details Hotels & Resorts e Hefesto, foi um dos oradores desta mesa redonda e explicou que “olhamos para o reposicionamento dos ativos muito pela perspetiva do top-line, de como melhorar a performance para melhorar a rentabilidade, este é o grande desafio”.
“tudo o que seja investimento, ao nível de fundos, implica que a recuperação do investimento tem que ser rápida”
Fazer o turnaround de um ativo hoteleiro é um processo que implica, por um lado, olhar para o motivo do insucesso desse ativo, fazer um diagnóstico e perceber o que se pode fazer de diferente em relação a esse ativo, sempre num contexto de compreender a procura turística da região onde o hotel está inserido e se há dependência de algum mercado específico. Francisco Moser reconhece que “tudo o que seja investimento, ao nível de fundos, implica que a recuperação do investimento tem que ser rápida”.
A Arrow Global Portugal adquiriu recentemente o Vilamoura World, no Algarve, sendo agora proprietária de campo de golfe, hotéis, marina, centro equestre, imobiliário para desenvolver, entre outras valências. “Aqui estamos a construir uma comunidade e vai haver sinergias entre todos”, esclarece o orador, adiantando que “na hotelaria vamos ganhar pelo facto de dominarmos uma série de facilities que o destino tem”.
é fundamental saber “o que podemos acrescentar em termos de valor face ao que era a situação anterior”
O representante desta gestora de ativos não tem dúvidas de que, na dinâmica de reposicionamento de ativos, é fundamental saber “o que podemos acrescentar em termos de valor face ao que era a situação anterior”.
“Num hotel pequeno, por exemplo, se calhar já não faz sentido haver receção; isto não significa que deixamos de ter serviço, o serviço é sim utilizado de maneira diferente”
Em relação ao CAPEX (Capital Expenditure ou investimentos em bens capitais), Francisco Moser revela que o desafio é grande pois este tem que mostrar “claramente ao mercado que o hotel foi alvo de uma mudança significativa”. E aqui, adianta, há que pensar antes de tudo no conceito, no tipo de cliente que se quer para esse ativo, integrando o CAPEX no business plan para que o resultado final faça sentido. É importante, por exemplo, pensar o que o cliente vai valorizar dentro do hotel e, a verdade, é que hoje os clientes valorizam elementos diferentes. “Num hotel pequeno, por exemplo, se calhar já não faz sentido haver receção; isto não significa que deixamos de ter serviço, o serviço é sim utilizado de maneira diferente”, esclarece.
“entendemos que só com uma marca vamos conseguir fazer um turnaround mais acelerado”
Para a Arrow Global Portugal, e dada a dimensão de alguns ativos, “entendemos que só com uma marca vamos conseguir fazer um turnaround mais acelerado”. A gestora é hoje proprietária do Dom Pedro Vilamoura e já tem um acordo com a Hyatt Regency: “Temos a certeza de que vamos conseguir reposicionar o hotel”, garante, até porque está numa zona prime. Já em Palmares, a empresa tem um pré-acordo com a JW Marriott, um acordo de contract management.
Francisco Moser aproveitou a ocasião para anunciar uma novidade no grupo, que comprou recentemente a plataforma de gestão de hotéis Details, que geria sete unidades em regime de leasing. “Aproveitámos esta plataforma para integrar todos os ativos” e a ideia é lançar a Details Hospitality Sports & Leisure já na BTL.
Por Inês Gromicho, no Congresso da AHP, no Funchal.
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