O Governo liderado por Luís Montenegro anunciou a localização do novo aeroporto de Lisboa, recaíndo a escolha sobre Alcochete. Ambitur quis ouvir os Conselheiros sobre esta decisão e de que forma afeta o turismo em Lisboa e Portugal. Hoje ouvimos Jorge Rebelo de Almeida, presidente do conselho de administração da Vila Galé Hotéis.
Depois da última década de anúncios sobre um novo aeroporto para a região de Lisboa, a atual decisão do Governo parece-lhe definitiva? Que passos se seguem?
Como sempre defendi na conjuntura atual, a única solução com possibilidade de vir a ser alternativa à Portela, era a localização de Alcochete. O 1º passo para atenuar a n/ vergonha quanto a este tema está dado. Parabéns ao Governo!
Falta todo o caminho que é longo e difícil e é preciso manter a passada vigorosa.
É fundamental que na programação do projeto e da obra se crie uma solução bem simples e rápida, intercalar e complementar à Portela, que possa receber voos mais cedo
É fundamental que na programação do projeto e da obra se crie uma solução bem simples e rápida, intercalar e complementar à Portela, que possa receber voos mais cedo – uma só pista e uma infraestrutura que permita receber utentes de forma expansiva e mesmo antes da conclusão das acessibilidades estar resolvida.
É também fundamental que as obras na Portela atual avancem de imediato a um ritmo acelerado para melhorar a qualidade do aeroporto e aumentar ainda até à conclusão de Alcochete o número de passageiros.
O que pode representar o novo aeroporto para a região de Lisboa em termos de novos investimentos turísticos?
As vantagens do novo aeroporto para o nosso futuro são tão evidentes que agora que a decisão está tomada não vale a pena gastar energia a falar delas e concentrar essa energia nas obras da Portela e de Alcochete.
Ainda quanto ao Aeroporto a maior urgência na perspetiva turística é resolver os problemas ligados às chegadas:
- Melhorar e agilizar o controlo de passaportes dos turistas, quer pessoal, quer eletrónico que depois de alguma melhoria voltou a ser escandaloso;
- É hora de desincentivar a entrada de emigrantes e controlar melhor as entradas dos mesmos em Portugal enquanto não criarmos condições à sua receção e acolhimento sob pena de criarmos situações descontroladas.
Portugal precisa de mais emigrantes para trabalhar preferencialmente dos países da CPLP, mas tem de saber criar condições, quer administrativas, quer logísticas, para esses emigrantes.
O que se esta a passar na AIMA é um desastre para a imagem de Portugal.
O TGV Lisboa-Madrid é uma das peças do puzzle que faltava para uma maior acessibilidade dos mercados europeus a Portugal?
Relativamente às infraestruturas ferroviárias é por demais evidente que a nossa prioridade é a ligação Lisboa-Madrid.
A linha Lisboa – Porto pode e deve ser melhorada para um padrão mais elevado, mas não é prioritária para gerar negócio a nível nacional.
A prioridade é melhorar as ligações para o interior, criar comboios turístico-culturais/gastronómicos para levar os turistas a visitar o interior do país.
A prioridade é melhorar as ligações para o interior, criar comboios turístico-culturais/gastronómicos para levar os turistas a visitar o interior do país.
Para a continuação do desenvolvimento turístico nacional que outros pontos chave são importantes ao nível de decisão do Governo?
Outras necessidades para o setor são:
- Simplificação dos licenciamentos, que voltou a pior por mau funcionamento da Administração Pública Central e Local que precisa de urgente reforma.
- Descentralização da oferta turística dos centros das cidades, criando novas centralidades regionais (ex: Lisboa, Oeiras, Cascais, Sintra).
- Urgente solução para o problema da carência de água (Dessalinização).
- Verificar que a solução do Banco de Fomento é cara, ineficaz e problemática. Em alternativa aproveitar a estrutura profissional de banca privada para avaliar o risco e gerir o crédito e o Estado limitar-se a bonificar o financiamento aos investimentos relevantes para o país.
- Criar com o apoio dos “chefes de excelência” um restaurante Português . Por ex: Cervejaria Portuguesa como forma de valorizar e promover o destino e a marca de Portugal.