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A Ambitur.pt desafiou 10 responsáveis turísticos a darem-nos o seu contributo relativamente a três questões que influenciam, hoje, o dia-a-dia de um gestor.

Manuel Proença, presidente do Grupo Hoti Hotéis, é o segundo gestor a aceitar o desafio e a tornar-se um dos 10 “Conselheiros Ambitur”.

De que forma pode uma crise tornar-se uma oportunidade?

O mundo de repente tornou-se incerto, complexo, imprevisível! A vida é feita de desafios, e este é uma tragédia que temos de encarar e enfrentar com uma atitude positiva. Claro que não vai ser nada fácil e particularmente para o nosso setor – fortemente atingido – este é o maior desafio deste século.

Este ano, já se previa um abrandamento no nosso setor do Turismo, a economia europeia já estava a dar sinais de fraqueza, desde meados do ano de 2019, agora nunca pensámos que fosse de uma forma tão “abrupta”.

Esta crise vai obrigar a repensar o nosso modelo económico, e uma coisa é certa … a vida não vai ser como antes, todos estamos agora mais vulneráveis. Estamos a aprender a gerir as nossas empresas num contexto de economia de guerra.

Evidentemente, mesmo nas maiores crises, como esta, haverá sempre oportunidades. Como disse Maquiavel, os verdadeiros empreendedores, são aqueles que entendem que há uma pequena diferença entre obstáculos e oportunidades, e são capazes de transformar ambos em vantagem.

Será possível, neste contexto, pensar-se o amanhã?

Evidentemente que sim. O setor do Turismo é um dos mais importantes da economia portuguesa, onde Portugal tem muitas vantagens competitivas.

É necessário “acarinhar” um setor exportador com grande valor acrescentado, e que é hoje um motor indispensável da nossa economia. À beira da paralisação, precisamos agora, por parte do nosso Governo e da União Europeia, de urgentes medidas especiais de proteção, antes que seja tarde demais.

No Grupo Hoti Hotéis temos agora dois horizontes. O ano de 2020 deverá ser um período de controlo total dos fluxos de caixa, onde a gestão apertada da tesouraria é crítica para o sucesso no médio e longo prazo. Durante este período, o objetivo é proteger a tesouraria e colocar todos os investimentos em modo de “standby”. Ficamos agora em “casa” mas não vamos ficar parados. A partir de 2021, perspectivamos uma retoma da economia e retomaremos então a nossa estratégia de sempre, de investimento contínuo!

O que os gestores turísticos não devem esquecer?

A vida é uma maratona e a gestão das nossas energias é crítica para cumprir a nossa missão. Os ciclos económicos são recorrentes, e neste século já estamos no terceiro ciclo económico, com forte impacto no setor do Turismo. O primeiro iniciou-se com os atentados do 11 de Setembro de 2001, que se prolongou até 2003; o segundo com a crise financeira de 2008, que no caso português se prolongou até 2013, e agora o terceiro com a pandemia do COVID-19. Se observarmos, 40% do tempo vivido neste século foi gerido em contexto de crise.

Por isso, também não será esta crise – que jamais esqueceremos – que nos vai vencer. Depois da tempestade vem sempre a bonança.

Olhamos o futuro com com muita prudência, mas com otimismo, quanto à capacidade do nosso setor e do nosso país para ultrapassar mais este inesperado desafio. É, assim, que vamos continuar a olhar para o futuro.

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