Conselheiro Ambitur: “Estar na frente na concretização de medidas que intensifiquem a confiança traduz uma vantagem competitiva que queremos liderar”

Ambitur.pt continua a auscultar os responsáveis do setor do turismo para perceber quais os desafios que se colocam a uma retoma turística no país e como poderemos diferenciar-nos da nossa concorrência. Eduardo Jesus, secretário Regional de Turismo e Cultura da Madeira, deixa-nos a sua opinião enquanto Conselheiro Ambitur sobre o atual momento e o que a sua região feito no sentido de se posicionar na liderança da retoma.

“A confiança é a pedra basilar para a retoma das viagens internas ou internacionais. Depois do medo que a realidade pandémica mergulhou o mundo, a vontade de viajar passou a contar com uma determinante adicional: a segurança.

A Madeira sempre foi merecedora desse epíteto nos mais de dois séculos de história turística com a sua arte e engenho em bem receber os visitantes, realidade que fez com que, continuamente, incrementasse o número de entradas.

Não obstante este legado, perante este problema mundial sempre soubemos lidar com esta nova adversidade importada tomando nos momentos certos as medidas adequadas. Cuidámos primeiro da saúde pública, acudimos ao setor, com quem dialogamos permanentemente, criámos um Manual de Boas Práticas e quisemos certificar o destino, partindo do particular para o coletivo, incentivando empresas e entidades privadas e públicas a trabalharem no sentido de obterem da SGS a certificação contra os Riscos Biológicos. Fomos a única região do país a fazê-lo. Além disso, optámos por adequar as entradas nos aeroportos da Madeira e do Porto Santo com rigorosas ações que permitiam ao viajante chegar com teste feito ou opcionalmente fazê-lo depois de aterrar e seguir a sua vida. Isto fez toda a diferença na confiança do destino e motivou que outros lugares do mundo seguissem o nosso exemplo.

É todo este trabalho feito desde o início que nos permitiu estar na linha da frente na reabertura do turismo internacional, que decorreu em julho último, e que nos conforta para os novos tempos que virão, para os quais a cobertura mundial da vacinação permitirá retomar as viagens.

Mas estamos cientes de que todos os destinos, nacionais e internacionais, também se estão a posicionar para que, tal como na Madeira, conseguirem ser suficientemente atrativos no sentido de captarem os turistas que começarão a voar assim que a evolução pandémica o permita. Todos têm essa legitimidade.

Contudo, acreditamos que o viajante saberá reconhecer os destinos que estão a fazer este percurso durante o período pandémico assente na transparência e nos redobrados cuidados de saúde na salvaguarda das regiões que souberam, como nós, preservar os seus residentes assim como a de todos os que as visitam.

Até porque a realidade evoluiu. E já existe, fundamentalmente no mercado inglês, uma grande parte da população vacinada. Há igualmente a perspetiva que, durante o verão, exista uma percentagem confortável de pessoas vacinadas em toda a Europa.

Mais uma vez, a Região quis estar na linha da frente e posicionou-se criando condições facilitadoras para quem viaja, implantando o corredor verde de acesso à Madeira. Antecipámos e criámos aquela área de acesso diferenciadora que tem sido muito apreciada.

Com esta decisão criámos condições para que as pessoas já vacinadas e as que já tiveram contacto com a Covid-19 tenham uma área de passagem reservada, facilitadora, sem obrigação de testes nem qualquer controlo que não seja a verificação dessas duas realidades, que é feita de uma forma muito simples.

Na verdade, para usufruírem do Corredor Verde, os passageiros que chegam, apenas têm de demonstrar estarem vacinados contra a Covid-19, ou que, através de um atestado médico, já tiveram contacto com o vírus. Reunidas estas condições, entram livremente para circular na Região Autónoma da Madeira.

Esta é uma componente que aprofunda a nossa contínua estratégia em prol do setor nesta luta contra a pandemia. Hoje, mais do que nunca, estar na frente na concretização de medidas que intensifiquem a confiança das pessoas para viajar traduz uma vantagem competitiva que queremos liderar. Sentimos que os mercados estão ávidos para concretizarem o desejo de viajar, pelo que temos de ir ao encontro das pessoas facilitando-lhes a vida.

Adicionalmente a tudo isto, o nosso ancestral relacionamento de confiança com os milhares de turistas que chegam anualmente para vivenciarem a nossa oferta ímpar, que vai do mar à montanha, passando pela cultura distintiva, reforçado com a credibilidade que temos efetivamente demonstrado junto dos mercados neste período pandémico, continuará a permitir que sejamos merecedores do seu aval para voarem em segurança para a Madeira e o Porto Santo.

A nossa conquista contínua dos prémios de Melhor Destino Insular do Mundo e da Europa e recebermos distinções internacionais de destinos mais seguros para viajar, entre muitos outros, reforçam o nosso posicionamento e tornam-nos num lugar ímpar na oferta global”.

Nota: A Ambitur conta, desde março de 2020, com um conjunto de Conselheiros que partilham connosco as suas visões sobre questões da atualidade no setor do Turismo. Os nossos Conselheiros Ambitur são, neste momento: Jorge Rebelo de Almeida (CEO da Vila Galé), José Theotónio ( presidente da comissão executiva do Pestana Hotel Group), Manuel Proença (presidente do Grupo Hoti Hotéis), Miguel Quintas (CEO do Consolidador.com), Frédéric Frère (CEO da Travelstore), Vítor Filipe (presidente da TQ Travel Quality e ex-presidente da APAVT), Raul Martins (presidente da AHP e do conselho de administração do Grupo Altis), Francisco Teixeira (CEO da Melair Cruzeiros), Bernardo Trindade (administrador do PortoBay Hotels & Resorts e ex-secretário de Estado do Turismo), José Lopes (diretor da easyJet em Portugal), Eduardo Jesus (secretário Regional de Turismo e Cultura da Madeira), Francisco Pita (CCO ANA Aeroportos), José Luís Arnaut (presidente-adjunto da Associação Turismo de Lisboa), Cristina Siza Vieira (presidente executiva da AHP), Mafalda Bravo (Country Manager Portugal Ávoris) e Maria João Rocha de Matos (diretora geral FIL e CCL).