Numa altura em que o país começa a abrir gradualmente algumas atividades, Ambitur.pt quis saber junto de alguns dos Conselheiros Ambitur se já veem a “luz ao fundo do túnel” para a retoma turística. Raul Martins, presidente da AHP e presidente do conselho de administração do Grupo Altis, partilha connosco a sua visão.
Já se vê uma “luz ao fundo do túnel” para a retoma turística (nacional e mundial)?
A luz ao fundo do túnel está muito longe, apesar do decréscimo da pandemia na Europa.
Entretanto, o espaço aéreo na Europa continua condicionado e as fronteiras, para fora da Europa, estão fechadas até 15 junho, pelo que nos próximos 2/3 meses, meses habitualmente fortes para o Turismo português, apenas existirá o mercado interno.
A título de exemplo, as condicionantes provocadas pela obrigação da quarentena, como foi anunciado em Espanha, podem ter efeitos positivos e negativos. Positivos porque podem levar os turistas que normalmente vão para Espanha a optarem por Portugal; negativos, porque a aposta que Portugal ia fazer neste mercado deixa de fazer sentido e não podemos contar, para já, com o mercado espanhol.
Quais os elementos/fatores chave para uma aceleração?
Transporte Aéreo, Segurança Sanitária, Reabertura de Restaurantes e Espaços Culturais.
Transporte aéreo porque, como sabemos, cerca de 90% dos nossos turistas chegam por esta via e o regresso à normalidade continua em aberto.
Segurança Sanitária, porque sem essa garantia os turistas não vêm. O Selo “Clean & Safe”, por exemplo, é uma poderosa ferramenta de marketing e comunicação que os hotéis que o tenham poderão utilizar, pois quem o tenha, numa primeira fase, será com toda a certeza mais procurado.
Reabertura de Restaurantes e Espaços Culturais, como museus e monumentos, ambos previstos para começarem a abrir a 18 de maio vão ser essenciais para a atratividade dos destinos.
Que novos fatores já impactam/ou vão impactar a gestão?
A criação do Selo “Clean & Safe” é muito importante, porque vai permitir uma escolha segura aos turistas, mas por outro lado, as medidas que surjam, quer como resultado do compromisso assumido para obtenção do Selo, quer através das medidas sanitárias que a Hotelaria terá de implementar, como a otimização dos espaços, vão resultar num acréscimo de custos para as empresas hoteleiras.