Consulta pública sobre futuro do hotel Estoril em Macau prolongada até Setembro
O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura do Governo de Macau, Alexis Tam, anunciou hoje o prolongamento da consulta pública sobre o reaproveitamento do antigo hotel Estoril até 20 de Setembro.
A consulta deveria estar concluída até 20 de Agosto, mas, perante algumas vozes discordantes sobre a possibilidade de demolir o prédio onde o Governo quer construir um centro de actividades criativas e artísticas, Alexis Tam aceitou o prolongamento por um mês da consulta.
Elementos da sociedade civil e associações de arquitectos já se manifestaram contra a demolição do imóvel, defendendo a sua classificação, o que Alexis Tam já recusou.
O governante falava à Rádio Macau após ter participado, pela manhã, num programa do canal chinês da mesma estação. Alexis Tam recordou terem sido feitas quase duas dezenas de reuniões para explicar o objectivo do executivo para o local e que pouca gente apareceu para dar a sua opinião. Por outro lado, até agora nunca ninguém tinha defendido a necessidade de proteger o prédio, salientou Alexis Tam, criticando quem se opõe a um projecto que, afirmou, se destina à população e acusando os opositores de nunca terem falado sobre o projecto desde que o governo o lançou, há quatro meses.
O arquitecto português Siza Vieira é o responsável pela coordenação do projecto de reaproveitamento do terreno onde está instalado o hotel Estoril e deverá visitar Macau em Outubro. Siza Vieira é favorável à demolição da fachada do edifício que contém um painel de azulejos e foi inaugurado nos anos de 1960, tendo sido a base dos casinos da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, de Stanley Ho, que manteve o exclusivo da exploração de casinos durante mais de 40 anos.
O hotel Estoril foi durante alguns meses o local apontado para a construção da nova Escola Portuguesa de Macau, um edifício que acabou por nunca sair do papel apesar de, durante alguns anos, ter sido um dos grandes temas em discussão na comunidade portuguesa local.