O movimento das companhias low cost nos diversos modelos, a easyjet, com aeroportos centrais, e a Ryanair, indo para aeroportos secundários fora do centro da cidade e &criando uma procura onde não existia baseada no preço&, veio, de alguma forma, interferir no modelo de negócio da aviação na Europa. Segundo explicou Luíz da Gama Mor, administrador da TAP, à margem de um dos painéis do Congresso Nacional da AHP, subordinado ao tema &Tendências : para onde caminhamos&, temos vindo a assistir a um movimento de &substituição do intra europeu por uma empresa low cost, ou seja fazer o mesmo com menos custos&. Uma realidade a que já assistimos na Air France e Lufthansa, por exemplo, e que vem fazer frente à Ryanair e à Easyjet. De acordo com Luíz da Gama Mor, & o intra europeu no futuro na Europa será low cost híbrido. Isto significa uma densificação maior, ou seja, conseguir colocar mais gente na classe económica, e isso consegue-se através de algumas alterações&. Por outro lado, assistiremos à venda de serviços auxiliares, isto é, &cada vez mais se vai vender o preço básico e o extra é a la carte, tudo o que o passageiro valoriza terá um preço&. &Gosta da janela paga um preço, quer levar mala compra. Este é o movimento&, explica o responsável. No que diz respeito ao longo curso, a realidade será muito similar. &A Emirates provavelmente foi a primeira empresa no longo curso low cost na classe económica. Na sua classe económica, a companhia aumentou a densificação e passou a oferecer ao cliente o que o presidente chama de &distractions&, um sistema de entretenimento brutal, para as pessoas se distraírem mais apertadas&, explica Luiz da Gama Mor, acrescentando que, para aqueles que valorizam a distância, a tendência é a criação de uma económica premium, &que é uma económica com poltronas um pouco mais distanciadas, a uma distância de preço menos de uma económica para uma económica premium do que de uma económica para uma executiva&. No mesmo painel, Luciana Stein, Lead Trend Strategist – Latin America, deu a conhecer algumas mudanças evidentes que se têm vindo a assistir no comportamento do consumidor capazes de mudar algumas realidades no sector do turismo. Segundo a responsável, a &tecnologia veio engrandecer os desejos dos consumidores& de uma maneira tal que mesmo os consumidores com baixo poder de compra alimentam elevadas expectativas em relação a tudo&. &O que nos leva a uma economia da expectativa. Cada um de nós não está mais a competir com marcas do nosso sector, porque os nossos consumidores estão cada vez mais a comparar marcas de sectores distintos&, explica. Nos dias de hoje, &quando um consumidor chega a uma loja quer ser atendido com tanta hospitalidade como a que tem num hotel&. Para Luciana Stein, o &status& é &a mãe de todas as tendências&, & porque o desejo pelo reconhecimento é um desejo universal, todos nó queremos ser reconhecidos, o que muda é o que impulsiona este reconhecimento. Cada vez é mais difícil dizer o que concede &status& aos consumidores, mas a internet abriu a possibilidade a que os consumidores conhecessem diversos estilos de vida&, explica. Cada vez mais os turistas procuram experiências diferentes para depois as poder partilhar nas redes sociais, já não lhes chega conhecer um hotel ou um destino, aos consumidores interessam-lhes as historias que daí podem surgir. “Temos de saber onde estão os nossos consumidores para ajudá-los a contar as suas histórias de status”. Outra realidade é que &as pessoas não querem mais esperar&. “Os consumidores estão interessados em que as marcas entrem nas suas vidas como mordomos que servem e apoiam os seus desejos e necessidades” por isso, surgem cada vez mais apps para satisfazer este “imediatismo” dos turistas, de que são exemplos as aplicações para fazer o check in e o check out ou para chamar os serviços de hotel. Outro ponto importante é a necessidade de haver uma maior parceria entre as marcas, porque hoje &os consumidores não querem ter de escolher, querem tudo ao mesmo tempo”, querem poder ter no quarto de hotel todos os produtos que valorizam. Por último, Luciana Stein expôs a importância que os consumidores dão aos chamados &descontos empáticos&. De acordo com a responsável, existem há unidades em vários pontos do mundo que dão desconto para os dias em que chove, descontos para adeptos de equipas que perdem um jogo, etc.Veja as fotografias do evento em&Ambitur Profissionais.&&Por Raquel Pedrosa Loureiro